O meu nome agora é Maria...

Estava aqui a ver a Sic Mulher, que já não via há séculos, e a pensar, como é diferente ser mulher. Os homens têm os canais de desporto e nós temos isto. Remodelações da casa, remodelações físicas, trocas de esposas, debates no Dr. Phill sobre "como aturar o gordo do seu marido/mulher sem o matar durante o sono", remodelações de vestuário. É mesmo importante ser elegante, bem vestido, ter uma casa à moda, vestir bem a família toda. Claro que se não fôssemos nós, ou os gays, é sabido que eles nem as meias a condizer encontravam na gaveta. Ontem por exemplo, vamos a um caso prático, eu claro, vou passear o cão. Com uns sapatos rasos, uma saia largueirona, cabelo por lavar... Penso que aquela hora não encontro ninguém, estava a dar Benfica-Porto. Engano. Logo um senhor bem vestido com o cão Labrador, que por acaso a filha é que costuma passear. "Bons olhos a vejam! Por onde tem andado! Está bonita, toda bronzeada, foi à praia?". Pois, não, ao campo. "Está com um

Engraçado como férias para mim, são estar no Vale, entre Soalhães e Juncal, um oásis de casas com mais de cem anos mas bem conservadas, rodeadas de verde por todos os lados. As aldeias (ou lugares) à nossa volta , têm coloridas casas de emigrantes, mas como todas aquelas casas e terrenos são da NOSSA família, há ali uma certa conspiração para que "o Bale não se desenbolba", nem um café à vista, nem uma piscina, só tanques de rega, e até a casa que a minha prima construiu de raiz é ecologicamente correcta, alimentos biológicos, granito à vista. Por fora, que por dentro têm bilhares, net e tvs com satélite. Qualidade de vida, também. Vão dar aulas a trinta quilómetros a Baião, ao Marco ao Modelo, e à piscina em Amarante, e à noite estão naquele silêncio, em que se ouvem grilos, uivos (raposas?), mochos, vêem milhões de estrelas.... E no entanto nem ali se está a salvo. A minha casa tinha sido assaltada, vandalizada, mas como daquelas todas deve ser a única que só tem electrodom

Ainda só estou em Lisboa há uma semana e já estou farta. Não está cá ninguém, os miúdos não querem sair de casa, sempre no computador, eu nem tenho a Cookie para passear na rua, não tenho pretexto para ir... heheh. Pareço uma adolescente idiota a...à janela. Bolas. Por falar em adolescência, até aos 18 é que foi, quando eu passava uns dois meses de férias na casa da avó no campo, no norte. Também lá estavam uns primos que moravam sempre lá e outros que tinham lá avós . Primos todos filhos de primos direitos do meu pai. Do Porto e tal. Não havia tv de dia, música, bicicletas (a estrada não era alcatroada), nintendos, etc. Tínhamos que inventar. Eu era a mais velha e os rapazes os mais novos. Mesmo no pico do calor decidíamos ir fazer piqueniques no monte "ide! " diziam-nos. Aliviados, apesar de eu ter 13 e o mais novo 6... Nem imagino as vezes que podíamos ter partido ossos à procura de amoras e tal. Mas só uma vez um deles caiu dentro de uma lagoa, vestido. E para a mãe não l

O mercado depende da oferta e da procura. O equilíbrio é precário. 50% de relações terminam em ruptura. Num inquérito realizado na Grâ-bretanha, passado um ano de divórcio, 50% das mulheres não se consideravam mais felizes. Contra uns 25 % muito felizes e outros 25% antes pelo contrário. Restam-nos os 50 % que permanecem casados. Dos quais 20 % se amam, 20% são amigos e 10% odeiam-se... digo eu, optimista. Os homens que tiveram um casamento infeliz, tendem a casar de novo. As mulheres que tiveram um casamento infeliz não desejam casar de novo. O conceito de casamento religioso e monogamia foi imposto pela igreja, no Ocidente, sobretudo após a Peste negra. Antes a poligamia era bastante tolerada, os casamentos, simples rituais. O Homem, tal como muitos animais, tende para a poligamia. Mas a monogamia assegura a sobrevivência de mais crias. A não ser que se viva em grupo. Aí há toda uma aldeia para criar as crianças. Na sociedade ocidental o casamento continua a ser o núcleo mínimo da so

Mark Spitz. Sete medalhas de Ouro. Em 1972. Foi preciso este tempo todo para o ultrapassarem. Mas em simpatia não passam. Nem em fotogenia. E eu nem digo quantos anos tinha, mas já recortava as fotos dele das revistas...

Passou uma semana e aqui estou a ver os Jogos Olímpicos. Portugal, medalhas, zero. A nossa esperança, Francis Obikwelo, ficou para trás. Mas que corrida! Parecia que todos tinham tomado a poção mágica do Astérix , menos ele. Mas os outros que ganharam eram muito altos... Assim não vale. Deviam medi-los e pesá-los e cada um corria na sua categoria. Agora desistiu de competir. Eu até o compreendo, se não somos os melhores, para quê andar ali a insistir? Sou tal qual ele... Tinha jeito para desenho, fui para uma escola particular, vi que havia outros melhores que eu, saí logo (daí a uns três meses). Gostava de ténis, fui jogar, mas não corria o suficiente, embora tivesse golpe de vista e pontaria. Mas é que vêmos estas coisas na TV, provas europeias, jogos Olímpicos, e a fasquia fica muito alta. Somos uns nabos que andamos ali a falhar bolas. Mas a vida é assim, "uns nabos que andamos aqui a falhar bolas..." Ainda gostava de conhecer alguém feliz com a sua vida. Talvez os maluqu

Ontem deu na televisão a inauguração dos Jogos Olímpicos de Beijing, China (pronunciar em inglês). Todos a tocarem tambores antigos com sorrisos na cara, milhares deles, o fundo é laranja (?, hihihi) sincronizados, olha, ali um enganou-se.... Depois vem a bandeira vermelha trazida por uns soldados a marcharem em passo de ganso. Não aguento mais, vou ler para a cama. Hoje estou aqui a ver a ginástica artística masculina, argolas, "subida invertida, seguida de preparação para a saída, ...ai...o russo cai de cabeça...caiu mal, vão-lhe descontar pontos...." Parece meio tonto, coitado.... Gosto de ver estas coisas em directo. Já me estou a imaginar à mesa com os meus filhos e eu " o atleta português David aproxima-se da mesa, com total concentração. Será que conseguirá ultrapassar o anterior record de comer bife? Começa bem, mastiga, vai conseguir, não , cuspiu, mas não alcançou o anterior record de dez segundos..." e a irmã histérica de riso e ele aos berros "você

Já que estou em Lisboa e isto está deserto, e eu sem os filhos, aproveito para tratar de assuntos. Seguros. Pneus do carro novos. Levar animais ao vet para vacinar, desparasitar e "capar".... Finanças. TV Cabo. E gente a vir arranjar-me coisas a casa. Mas é sempre a mesma inépcia. É do país, ou isto é geral? Dizem que vêm, ficamos todo o dia em casa à espera... Dizem que recebem os pneus num dia e recebem três dias depois. Vamos às finanças e falta sempre um papel. Qual papel? O papel... Depois vem cá uma empregada limpar a casa. E vem a cantiga do costume, do "tem imenso lixo atrás do fogão", " da máquina de lavar", olha a gaita! Mas eu se tivesse a casa limpa não estava a pagar 7 euros a hora para a aturar! Já a malta dos cabeleireiros é a mesma história "tem o cabelo a precisar de um corte, onde é que tem ido? Está muito seco..." Sim, não sei, se vim cá para cortar é porque preciso, não ando sempre por aqui... Se se vai ao cabeleireiro é para

Mas tenho saudades dos meus filhos. Telefono-lhes e é "sim, fomos. " "sim está" "queres que te passe ao D...?" e vem o outro "Olá, tou bem,Sim. Fui. Sim. Está bem, queres que te passe ao papá?". Não . quero falar contigo . Mas eles fazem o mesmo ao pai quando estão comigo. É sinal que estão bem. Divertidos. E eu para aqui estou, de volta de pneus, veterinários, seguros, compras no continente com a minha mãe. Uns convites para sair de gente que nem conheço... Só de falar. Eu vou, estou sozinha, mas não sou obrigada a nada, é só atribuir rostos a quem me fala. Depois ou eu não falo mais ou não falam eles, tem graça. Já percebi que os mais novos não falam mais. Os mais velhos não falo eu. Mas também não ando à procura de nada. Só de conversa e uma saída de casa. As amigas estão casadas e as solteiras, divorciadas de férias. é assim tão mau explorar o mundo virtual? Dá bons posts. Se eu me atrever....