Os ex

Os ex namorados são uma praga, andam para aí a passear-se... Os ex que nós despachamos, temos a mania que ainda se importam com isso. Mesmo que tenham passado trinta anos. Os que nos despacharam têm a mania que nos importamos, passados trinta anos...

Digo isto porque a minha amiga que mora aqui, disse que o meu ex de quando eu tinha 20 anos e saíamos todos juntos, mora agora aqui, e vejam só, finge que não a conhece, nem ao marido. E uma vez até ficamos em casa dos pais dela, quando fomos ver um ralli e foi muito bem tratado. É mesmo mal educado.

Pois é, eu também andei com ele a reboque, levei-o a casa da minha avó, com os meus pais a férias na Oura. E também finge que não me conhece. Digo eu, que ainda não o encontrei. Agora quando for ali ao centro já tenho um motivo de preocupação, não posso ir maltrapilha que sua excia pode andar lá a passear-se com o filho e esposa (ela viu-o sozinho mas ele tem um filho de uns 15 anos).

Ainda bem que ela me avisou, eu já nem me lembrava dele e podia incautamente falar-lhe, com a minha mania de ser educada.

Na verdade eu tenho-o avistado ao longo dos anos, e felizmente estou sempre com os meus filhos. A primeira vez foi num McDonalds e admito que senti um frisson quando vi aquela pessoa, antes mesmo de perceber quem ele era. A informação chegou primeiro ao centro das memórias e só depois à análise racional. Ele estava a olhar para mim e eu fiquei com o coração alvoroçado antes de perceber quem era. Quando percebi quem era liguei do telemóvel para uma amiga e ela perguntou se eu conseguia acertar-lhe com o sunday de chocolate do sítio onde estava.
Como ela me compreende.

A última vez que o vi foi também no dito restaurante e os meus filhos já eram grandes, foi há uns meses. Desta vez ele estava com o cabelo grisalho, e o mesmo porte atlético do costume. Antes de eu o ver estavam os meus filhos a tentar dar-me o recibo para eu ir levantar a refeição e eu a meter no bolso deles, muito divertidos. Quando me meteram de novo na mão foi quando eu percebi que aquele sujeito que estava a olhar fora um moço com quem eu andara dois anos e vira quase diariamente. E que me despachou para andar com uma colega.

Ainda bem que o fez, porque além da atração que eu sentia não tinhamos um ponto comum de conversa. Ele era jeitoso e despretensioso, calado, ria-se das piadas dos outros. Gostava de heavy metal (ainda tenho ali uma cassete que me gravou) e irritava-me porque se fartava de estudar e depois tinha dez nos exames ou chumbava. Eu antes dele tinha andado com um rapaz do mesmo curso, que tirava sempre mais de 15 a tudo e conversava horas com o meu pai (coitado) que o achava o genro certo. Mas para mim era demasiado beto e além disso cobrava-me a gasolina quando me levava a sair. Também é verdade que o pai lhe dava por mês o que o meu me dava numa semana, por isso passamos a sair no carro do meu pai. E no entanto o pai dele e a mãe eram ambos classe média alta, era sovina.

Já aquele a mãe era div, e o pai não pagava nada e ela era auxiliar de enfermagem. O rapaz andava na uni. com os mesmos ténis e as mesmas jeans o ano todo e quando me fartei dei-lhe uns sapatos betos de surf. Ou seja, já estava a mudá-lo à imagem do outro.

O outro fui eu que acabei com ele, mas mantivemo-nos em contato ao longo dos anos e quando me divorciei ainda sai com ele, só para experimentar. Eu achava que ele trinta anos depois, ainda estava interessado em mim. Ainda bem que não, era outro erro, pode ser mais parecido comigo, mas damo-nos muito mal...

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