Traição

Estava a falar com uma pessoa que me dizia que o que nunca perdoa é a traição, num sentido genérico, de um amigo, irmão. Que a pessoa desaparece, pode-lhe continuar a falar, mas a confiança perdeu-se e a amizade. Eu já não sou muito de guardar rancores, o que hoje me parece muito importante amanhã já não é, mas isto relativamente às traições de amigas a roubarem-nos os namorados. Agora realmente a traições de outro género, de amigos, irmãos e primos, pessoas a quem contamos algo e vão espalhar, ou se põem do lado do nosso ex em vez de se porem do nosso, ai minha amiga! como dizia não sei quem. E a vingança tarda mas não falha.

Também estava a pensar naquela de as pessoas mais sensíveis serem mais atreitas a depressões. Mito. Digo eu. Para mim a depressão tem uma causa física, falta de qualquer coisa no cérebro, alguns comprimidos alteram completamente a personalidade, de inibidas passam a não terem censura.

E a personalidade pode ser tipo A ou B, como diziam naquele filme " Em parte incerta" em que o ...não me lembro agora, foi mesmo bem escolhido para o papel. Ele era tipo B , passivo, ela tipo A, agressiva. É suposto ele tê-la morto e foi tudo uma farsa da parte dela, que se fazia de vítima e planeou o seu desaparecimento de forma a incriminá-lo.

Estava a pensar que eu, durante anos, fui o tipo A. Conduzia, escolhia os sítios, eles é que andavam com o meu grupo de amigos, eu tinha mais dinheiro, eles eram mais novos e giros. Depois começou a pressão social do "então não te casas" e comecei a escolher com base nas personalidades Tipo A. A questão é que, embora aparentasse sê-lo, (B) não o sou, e embora a princípio seja muito bom levarem-nos e pagarem-nos os jantares e escolherem os sítios, eu não gosto de surpresas nem de estar fora do controlo da situação. E também, se não quiser ir a um sítio não vou e se me apetecer vir embora , venho.

 A coisa que nos tira mais controlo é a paixão. Fazemos tudo o que criticamos antes, o controlo, o ciúme, a desconfiança. Penso que casar com alguém por quem estamos apaixonados não vai dar certo. Primeiro porque nos vamos cansar de sermos sempre nós a dar (porque digo eu, há o que ama e o que se deixa amar) e depois porque nos vamos desiludir, ele não é assim tão bom. Mas então já casámos e já temos filhos e vamos levando.

Ou então namoramos com o sr. Certo, durante anos e depois já estamos fartas dele, mas as nossas mães não se calam com o quando é que vocês se casam, e pensamos, do mal o menos, viver sozinha sem filhos, em casa dos pais para sempre ou com este? E lá casamos e vem o primeiro filho e depois até valeu a pena, nunca se gostou tanto de ninguém como daquele bebé. Mas neste caso, o bebé passa à frente do marido, e é muito difícil aceitar um acto de educação com que não concordamos. E depois comeca-se a pensar, " já tenho o filho, era bom era ser só meu". E ao mínimo deslize leva um par de patins e nesta altura a nossa mãe já nos anda a encher os ouvidos " ai é tão bruto com a criança, não tem paciência nenhuma" e se nos separamos já está do nosso lado.

Mas se casamos com a nossa paixão, vêm os filhos e ele continua em primeiro lugar e embora no íntimo discordemos da educação que ele lhes dá, ou muito permissiva ou muito rígida, estamos do lado dele, como um bloco. E muito sofre quem assim vive.

Dizem depois, " os filhos vão e o marido fica", mas às vezes não fica mesmo, depois vai também à vida dele. E os filhos podem ir ou não, depende dos estilos de vida e amor que nos têm.

Ficar toda a vida ao lado de quem não nos ama, ou toda a vida com quem nos ama e nós não?
Não há uma terceira opção?

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