Diploma de excelencia
Agora andamos a aprender a escrever com o acordo ortográfico, acentos cairam, palavras que eram com hífen (-) deixaram de ter e depois tem regras e excepções à regra que não fazem sentido. Por exemplo, cor de laranja é tudo separado, mas cor-de-rosa mantém o hífen. Super-homem tem hífen mas outros colam-se autoavalição, autorrádio, mas couve-flor e pé-de-meia mantém e paraquedas perde o acento e junta e para de parar deixou de ter acento....
Depois na outra aula vimos um documentário de António Barreto de Portugal antes de 75 e em 2007 (altura em que foi feito). Mostravam aldeias de miúdos de rabo à mostra e descalços (estavam a habituar-se a não usar fralda...) e uma mulher a dizer que não iam ao médico, o filho nascera em casa. Morria uma criança em cada sete que nascia, no primeiro ano de vida. Hoje morre um em cada cem.
Por aí. Isso deveu-se a passar a haver água potável e esgotos e sistema nacional de saúde. Depois também mostraram como as famílias viviam todas juntas e tinham muitos filhos, e hoje, cada família tem um filho e põe os pais nos lares e os velhos vivem muito sozinhos. Mostrou como são os lares e ficámos todos deprimidos. Uma velhota dizia que quando foi para o lar foi porque não queria ser um peso para os filhos e não queria estar sozinha, mas que ali a maior parte das pessoas estavam doentes e ela tinha pouca pessoas com quem conversar. Enervou-me um bocado, porque a minha mãe, embora surda, quando entrou para o lar ainda falava e tinha conversas e interessava-se pelas coisas e irritava-se com as pessoas. Depois lá dentro continuou assim, levou umas caroladas das auxiliares e fez queixa, mas como não as identificou, não foram admoestadas. Agora fala com umas e outras, mas está com aquele ar de indiferença, se calhar é dos remédios. No outro dia ao ver o Júlio Isidro na TV ainda disse " aquele ainda é vivo ? " o que é interessante pois ela tem 89, e esse uns 75.
Agora fui à escola do meu filho, onde lhe foi entregue o diploma de excelência e mais a outros do 11º do ano passado. O pai não foi, estava de banco.
Fizeram a cerimónia ao ar livre e pairava no ar um cheiro a figos maduros. Gosto da escola dele, tem aquele ar decadente, mal pintada, com muitas árvores de fruto não tratadas, macieiras e pereiras com peras minúsculas, figueira cujos figos caem no chão e os pássaros debicam. bandos de gatinhos que vivem no terreno baldio ao lado e se escapam para brincar ali, e procurar comida nos caixotes de lixo.
Tiraram a cada um uma fotografia debaixo de uma palmeira, a segurarem o diploma. Excelência tem acento,mas não sei se está certo, afinal herói manteve mas heroico deixou de ter.
Um tio meu que é engenheiro diz que isso dos acentos e das vírgulas é para as secretárias, eles não têm de se preocupar com isso. Machista q.b. o velho...
Voltamos agora e eu ainda podia ir à aula de secretariado, mas não me apetece. Depois imprimo a aula.
Depois na outra aula vimos um documentário de António Barreto de Portugal antes de 75 e em 2007 (altura em que foi feito). Mostravam aldeias de miúdos de rabo à mostra e descalços (estavam a habituar-se a não usar fralda...) e uma mulher a dizer que não iam ao médico, o filho nascera em casa. Morria uma criança em cada sete que nascia, no primeiro ano de vida. Hoje morre um em cada cem.
Por aí. Isso deveu-se a passar a haver água potável e esgotos e sistema nacional de saúde. Depois também mostraram como as famílias viviam todas juntas e tinham muitos filhos, e hoje, cada família tem um filho e põe os pais nos lares e os velhos vivem muito sozinhos. Mostrou como são os lares e ficámos todos deprimidos. Uma velhota dizia que quando foi para o lar foi porque não queria ser um peso para os filhos e não queria estar sozinha, mas que ali a maior parte das pessoas estavam doentes e ela tinha pouca pessoas com quem conversar. Enervou-me um bocado, porque a minha mãe, embora surda, quando entrou para o lar ainda falava e tinha conversas e interessava-se pelas coisas e irritava-se com as pessoas. Depois lá dentro continuou assim, levou umas caroladas das auxiliares e fez queixa, mas como não as identificou, não foram admoestadas. Agora fala com umas e outras, mas está com aquele ar de indiferença, se calhar é dos remédios. No outro dia ao ver o Júlio Isidro na TV ainda disse " aquele ainda é vivo ? " o que é interessante pois ela tem 89, e esse uns 75.
Agora fui à escola do meu filho, onde lhe foi entregue o diploma de excelência e mais a outros do 11º do ano passado. O pai não foi, estava de banco.
Fizeram a cerimónia ao ar livre e pairava no ar um cheiro a figos maduros. Gosto da escola dele, tem aquele ar decadente, mal pintada, com muitas árvores de fruto não tratadas, macieiras e pereiras com peras minúsculas, figueira cujos figos caem no chão e os pássaros debicam. bandos de gatinhos que vivem no terreno baldio ao lado e se escapam para brincar ali, e procurar comida nos caixotes de lixo.
Tiraram a cada um uma fotografia debaixo de uma palmeira, a segurarem o diploma. Excelência tem acento,mas não sei se está certo, afinal herói manteve mas heroico deixou de ter.
Um tio meu que é engenheiro diz que isso dos acentos e das vírgulas é para as secretárias, eles não têm de se preocupar com isso. Machista q.b. o velho...
Voltamos agora e eu ainda podia ir à aula de secretariado, mas não me apetece. Depois imprimo a aula.
Comentários