Sobre ser criança nos anos setenta
No sábado, estava mesmo deprimida, era dia do pai e na TV estavam só com anúncios sobre o pai, e eu comecei a lembrar-me de quando era pequena e andava sempre de mão dada com ele na rua, e iamos comprar o jornal e eu trazia sempre Pato Donalds (BD da disney) ou um carrinho da Lego para montar. E como lhe saltava ao pescoço quando ele chegava a casa. E como lhe disse que ele tinha de pintar o cabelo, estava a ficar cheio de cabelos brancos. Quando eu nasci, ele tinha uns 37, já tinham a minha irmã de cinco anos e meio. Ela foi para a escola e a minha mãe ficou com uma nova criança para educar. Acho que a minha mãe gostava de ser dona de casa com empregadas e brincar comigo, em criança. Mas lembro.me de brincar muito sozinha. Quando andei no Colégio era das 9h às 5 h e era sempre o meu pai que me is buscar, vindo do seu emprego do Estado. Depois penso que criou uma empresa de engenharia civil com uns colegas e ainda ia para lá. Claro que nunca passou pela cabeça da minha mãe ir buscar-me de autocarro ao colégio. Não que ela não andasse de autocarro. iamos sempre de autocarro e metro às compras à baixa.
Bem, depoias nas férias eu e a minha irmã iamos para Cantanhede, para casa da avó Maria e avô Manuel. Ele tinha sofrido um acidente de automóvel e sido operado ao cérebro e ficara esquecido, das memórias recentes, estava sempre a perguntar-me quem eu era, e andava de canadianas. Era alto e parecido com a minha mãe (como ela é agora). Ele criara uma empresa de distribuição de electricidade para a vila e arredores, era uma pessoa importante, nos bombeiros e na Igreja, antes do acidente. Mas a empresa continuou, o meu tio mais velho era engenheiro electrotécnico e trabalhava lá.
A minha avó andara num colégio, era uma pessoa educada, mas andava vestida com saias e um xaile, e o cabelo preso atrás, como as mulheres do povo. A irmã da minha irmã confessou que em adolescente sentia vergonha. As outras mães andavam de permanentes. Mas o cabelo da minha avó chegava-lhe ao rabo, quando o tirava e o penteava. Fora loira e o meu avô nunca a deixara cortar o cabelo.
A minha irmã quando eu conto estas coisas, diz que sou eu a romancear, que nunca ouvira tal coisa.
Claro que não ouvia, ela nunca estava em casa, andava com o seu grupo de amigos e iam de carro para a praia. Eu sempre falei e ouvi as pessoas, e como tinha medo de dormir lá no primeiro andar sozinha, ficava num quarto do rés do chão e via a minha avó pentear o cabelo, e contar-me coisas , como os meus tios iam sempre para a praia de Mira e a minha mãe era quem tomava conta deles, pois o Paizinho (o marido) não a deixava ir, queria-a com ele. E eles eram seis filhos, o mais novo um bébé de dois anos.
Foram sete mas a terceira (Alice ) morreu com um ano . Pois, imagino, que seca, ter de aturar o marido e as suas exigências sexuais (digo eu), e querer estar com os filhos na praia. Havia telefone , é claro, mas só lá iam ao fim de semana.
A minha avó tinha galinhas, um grande galinheiro, e uma estufa , para criar os ovos lá num sítio com lâmpadas. Quando estavam para nascer, iam chamar-me, para eu ver os pintos à bicadas às cascas, e saiam, sozinhos, e eram muito esquisitos, mas logo ficavam secos e amarelitos.
Eram criados separados das mães, eram tão giros. Eu entrava no galinheiro colada à minha avó, tinha medo das galinhas, e do galo, esse era sempre agressivo. A minha avó ia recolher os ovos que estavam lá nos ninhos. Aquilo era um estrutura em rede, moderna, a minha avó vendia ovos e galinhas (frangos ) para fora, as pessoas vinham lá comprar. Penso que era assim que fazia dinheiro, o meu avô não me parecia do tipo de dar dinheiro à esposa para ir comprar roupa. E tinhamos um quintal muito comprido, dava para fazer outra casa lá, tinha uma figueira com figos grandes e saborosos e uma nespereira bestial para trepar, laranjeiras e limoeiros, estas não se podiam trepar, tinham picos. E havia feijão verde e couves, e cenouras . Que era uma mulher que vinha cavar o quintal.
Ela tinha uma filha e à vezes ela vinha brincar comigo, e a mãe vestia-lhe um vestido todo bonito para brincar com a " menina "e nós iamos andar de baloiço ( o meu avô mandara vir da Praia de Mira um camião de areia e mandara construir três baloiços. Ou iamos andar de bicicleta, ela sabia melhor que eu. Ou iamos jogar hoquei. faziamos uma baliza, no terraço de cimento, uma ficava à baliza e a outra com uma grande bola de futebol, batia na bola com uma vassoura....Ela lanchava comigo e era divertido, ela sempre muito educada comigo e eu com ela, apesar de eu a tratar por tu e ela por menina. Devia ficar fascinada com as minhas bonecas, nunca me passou pela ideia dar-lhe uma. A minha mãe penso que lhe dava roupa e sapatos meus, ela era mais pequena. E eu no colégio usava bata, não estragava roupas.
É estranho pensar no desnível social que havia e que eu não me dava conta. Eu não andava com grandes roupas, lembro-me que a minha mãe ia comprar comigo vários tecidos de riscas e flores e mandava fazer à costureira uns vestidos de manga à cava, com bolsos, tipo bata, para eu usar lá na casa da avó. Eram muito simples. As pessoas mais ricas e bem educadas, faziam questão de não serem exibicionistas com os mais pobres. Penso que era por isso que a outra avó, no Vale (Norte) me obrigava a comer a sandes em casa em vez de ir com ela na mão brincar com os outros. Talvez os outros não tivessem comida? Igual à minha. Tinham uvas e maçãs e sopa e pão de broa e eram saudáveis, bebiam leite das vacas. Comiam pão com marmelada em vez de manteiga. E bebiam vinho, diluido com água. Era um refresco, mas eu preferia limonada. Claro que a avó não bebia nem nos deixava beber.
Mas do tempo que passei com as avós na infância, lembro-me de muita coisa que me contavam, do passado de ambas as famílias, do qual tinham ambas muito orgulho, mais a do Vale, que embora donos de terras, na verdade de toda a aldeia e arredores, em dinheiro tinham pouco. Vendia-se as uvas à cooperativa, os caseiros traziam em espécies uma parte do que cultivavam , sobretudo fruta e batatas, eram uma espécie de nobreza decadente, enquanto os filhos dos caseiros ganhavam dinheiro nas obras e as filhas nas fábricas de vestuário, e os filhos dela estavam em Lisboa a ser engenheiros, a casa ia degradando-se e a minha avó sem dinheiro para obras. Estava bem mobilada, os meus pais e tia levavam para lá os sofás antigos, mas não lhes passava pela cabeça darem dinheiro à minha avó viúva. E eu passei lá os verões a partir do momento em que a minha avó Maria de Cantanhede morreu, tinha eu onze anos.
A minha avó tinha de comprar carne para mim, aposto que ela e a irmã que lá estava com ela sobreviviam a sopa e chá e bolachas e batatas e guisados e bacalhau, quando eu não estava. O que era mais saudável, viveram todas até aos oitenta.
E a criada. A Micas, que estava lá desde os 16 anos. Nem sei se ganhava ordenado, a minha mãe dava-lhe sempre dinheiro às escondidas da minha avó, depois de eu lá ter estado, por ela me lavar a roupa e fazer a comida. A minha avó percebia, uma vez ouvi-a perguntar quanto é que a senhora lhe dera. Se calhar queria uma percentagem.
Mas a Micas era adorável, uma pessoa do campo e extremamente sensível com os animais. Não conseguia matar uma galinha, tinha de vir alguém fazê-lo. E dava de comer aos gatos todos das redondezas. Não sei o que lhes dava, batatas e couves e pedaços de bacalhau. Quando morreu a cadela que tinhamos. ela soube que uns vizinhos tinham um cãozito e os filhos lhe batiam, por ele ter mordido um dos miudos, e ela não descansou enquanto não o trouxe lá para casa. Era pequeno e refilão, chamei-lhe Nodi, mas estava traumatizado e fugia das crianças, só gostava da Micas. Mas se eu saia para ir a casa das primas, ele ia comigo e depois voltava para casa. Eu entrava ao portão e dizia " sou eu, Nodi " meio a medo dele, mas ele vinha a correr para mim, parava e depois corria de volta e fugia e voltava. Eu não lhe tocava, com medo de ficar sem dedos. Quando alguém ia lá a casa vinha sempre a ladrar ao lado da pessoa, detestava o homem do leite, um que nos trazia todos os dia um litro de leite das vacas dele . Era da família dos que lhe batiam, avô acho eu, mas vivia noutra casa.
E os gatos eram a minha perdição. Tivemos uma muito querida durante anos, eu como andava a ler o Tarzan, chamei-lhe Sheeta (pantera) e era muito meiguinha.
Às vezes eu afeiçoava-me a um gatinho e queria trazê-lo para Lisboa. O meu pai não deixava dizia para levar logo o pára quedas.Erro dele, assim que morreu arranjei o Tintin e embora se passeasse do lado de fora da varanda em pequeno, nunca caiu. Viveu dezoito anos e conheceu os meus filhos antes de morrer.
por isso os meus filhos tèm sido educados com animais desde pequenos e a filha adora gatos e ambos são meigos com eles, embora gostem de correr atrás deles e pregar-lhes sustos (os meus filhos ). Mas vêem o trabalho que dão, a limpeza diária dos caixotes, o aspirar de pelos, o comprar terra e comida para eles. A filha já disse que quando tiver uma casa não quer animais. Eu disse " então a Pompom fica para mim? " e ela " nessa altura ela já morreu ". Mas ela adora a gata, é dela desde os seus seuis anos e sabe disso, antes dormia sempre com ela. Depois de eu arranjar o Branquinho ( quando o Tintin morreu) a gata adotou-o como um filho e dormiam os dois juntos. E anos depois trouxe este matulão, que parece um segundo Tintin, mas manso, um macho de oito quilos que salta para cima dos armários e faz xixi onde lhe apetece.
Por falar nisso, estou no PC da minha filha, vou ouvindo albúns completos nos phones dela, do You tube, hoje é o James Blunt ( the best songs), e quando ontem escrevi aquilo sobre o meu pai e fartei-me de chorar, o que até foi bom, tenho as fossas lacrimais um tanto entupidas de olhar para o écran do PC todo o dia, estive também no Farmville, que aqui é muito mais rápido de tratar. Depois sai e deixei a gata dela a dormir no beliche e saí para jantar na sala e deixei-a aqui a miar e não ouvi e qando vim tirar, estava uma poça de xixi debaixo da secretária. Limpei com a esfregona e detergente, mas a dona vai sentir o cheiro. Se fosse o gato. a quem chama Cagalhao, de certeza lhe batia, mas à gata vai dizer " fez xixi no chão, foi?quem é uma marota quem é?". Que não é de certeza como eu falo com os gatos....
A minha filha, a brincar com os meus brinquedos, no terraço no Vale.
O pai da minha filha a cozinhar os grelhados.
Lá no Vale, com a prima M.
O meu pai, com uns 60 anos.
A minha mãe e a neta, na sala dela.
Em Cantanhede, com os primos, no terraço.
Com a mãe e irmã em Carcavelos.
O meu gato Tintin, fechado na varanda a querer entrar.
Um passeio a um sítio qualquer eu tinha seis e ela doze.
Bem, depoias nas férias eu e a minha irmã iamos para Cantanhede, para casa da avó Maria e avô Manuel. Ele tinha sofrido um acidente de automóvel e sido operado ao cérebro e ficara esquecido, das memórias recentes, estava sempre a perguntar-me quem eu era, e andava de canadianas. Era alto e parecido com a minha mãe (como ela é agora). Ele criara uma empresa de distribuição de electricidade para a vila e arredores, era uma pessoa importante, nos bombeiros e na Igreja, antes do acidente. Mas a empresa continuou, o meu tio mais velho era engenheiro electrotécnico e trabalhava lá.
A minha avó andara num colégio, era uma pessoa educada, mas andava vestida com saias e um xaile, e o cabelo preso atrás, como as mulheres do povo. A irmã da minha irmã confessou que em adolescente sentia vergonha. As outras mães andavam de permanentes. Mas o cabelo da minha avó chegava-lhe ao rabo, quando o tirava e o penteava. Fora loira e o meu avô nunca a deixara cortar o cabelo.
A minha irmã quando eu conto estas coisas, diz que sou eu a romancear, que nunca ouvira tal coisa.
Claro que não ouvia, ela nunca estava em casa, andava com o seu grupo de amigos e iam de carro para a praia. Eu sempre falei e ouvi as pessoas, e como tinha medo de dormir lá no primeiro andar sozinha, ficava num quarto do rés do chão e via a minha avó pentear o cabelo, e contar-me coisas , como os meus tios iam sempre para a praia de Mira e a minha mãe era quem tomava conta deles, pois o Paizinho (o marido) não a deixava ir, queria-a com ele. E eles eram seis filhos, o mais novo um bébé de dois anos.
Foram sete mas a terceira (Alice ) morreu com um ano . Pois, imagino, que seca, ter de aturar o marido e as suas exigências sexuais (digo eu), e querer estar com os filhos na praia. Havia telefone , é claro, mas só lá iam ao fim de semana.
A minha avó tinha galinhas, um grande galinheiro, e uma estufa , para criar os ovos lá num sítio com lâmpadas. Quando estavam para nascer, iam chamar-me, para eu ver os pintos à bicadas às cascas, e saiam, sozinhos, e eram muito esquisitos, mas logo ficavam secos e amarelitos.
Eram criados separados das mães, eram tão giros. Eu entrava no galinheiro colada à minha avó, tinha medo das galinhas, e do galo, esse era sempre agressivo. A minha avó ia recolher os ovos que estavam lá nos ninhos. Aquilo era um estrutura em rede, moderna, a minha avó vendia ovos e galinhas (frangos ) para fora, as pessoas vinham lá comprar. Penso que era assim que fazia dinheiro, o meu avô não me parecia do tipo de dar dinheiro à esposa para ir comprar roupa. E tinhamos um quintal muito comprido, dava para fazer outra casa lá, tinha uma figueira com figos grandes e saborosos e uma nespereira bestial para trepar, laranjeiras e limoeiros, estas não se podiam trepar, tinham picos. E havia feijão verde e couves, e cenouras . Que era uma mulher que vinha cavar o quintal.
Ela tinha uma filha e à vezes ela vinha brincar comigo, e a mãe vestia-lhe um vestido todo bonito para brincar com a " menina "e nós iamos andar de baloiço ( o meu avô mandara vir da Praia de Mira um camião de areia e mandara construir três baloiços. Ou iamos andar de bicicleta, ela sabia melhor que eu. Ou iamos jogar hoquei. faziamos uma baliza, no terraço de cimento, uma ficava à baliza e a outra com uma grande bola de futebol, batia na bola com uma vassoura....Ela lanchava comigo e era divertido, ela sempre muito educada comigo e eu com ela, apesar de eu a tratar por tu e ela por menina. Devia ficar fascinada com as minhas bonecas, nunca me passou pela ideia dar-lhe uma. A minha mãe penso que lhe dava roupa e sapatos meus, ela era mais pequena. E eu no colégio usava bata, não estragava roupas.
É estranho pensar no desnível social que havia e que eu não me dava conta. Eu não andava com grandes roupas, lembro-me que a minha mãe ia comprar comigo vários tecidos de riscas e flores e mandava fazer à costureira uns vestidos de manga à cava, com bolsos, tipo bata, para eu usar lá na casa da avó. Eram muito simples. As pessoas mais ricas e bem educadas, faziam questão de não serem exibicionistas com os mais pobres. Penso que era por isso que a outra avó, no Vale (Norte) me obrigava a comer a sandes em casa em vez de ir com ela na mão brincar com os outros. Talvez os outros não tivessem comida? Igual à minha. Tinham uvas e maçãs e sopa e pão de broa e eram saudáveis, bebiam leite das vacas. Comiam pão com marmelada em vez de manteiga. E bebiam vinho, diluido com água. Era um refresco, mas eu preferia limonada. Claro que a avó não bebia nem nos deixava beber.
Mas do tempo que passei com as avós na infância, lembro-me de muita coisa que me contavam, do passado de ambas as famílias, do qual tinham ambas muito orgulho, mais a do Vale, que embora donos de terras, na verdade de toda a aldeia e arredores, em dinheiro tinham pouco. Vendia-se as uvas à cooperativa, os caseiros traziam em espécies uma parte do que cultivavam , sobretudo fruta e batatas, eram uma espécie de nobreza decadente, enquanto os filhos dos caseiros ganhavam dinheiro nas obras e as filhas nas fábricas de vestuário, e os filhos dela estavam em Lisboa a ser engenheiros, a casa ia degradando-se e a minha avó sem dinheiro para obras. Estava bem mobilada, os meus pais e tia levavam para lá os sofás antigos, mas não lhes passava pela cabeça darem dinheiro à minha avó viúva. E eu passei lá os verões a partir do momento em que a minha avó Maria de Cantanhede morreu, tinha eu onze anos.
A minha avó tinha de comprar carne para mim, aposto que ela e a irmã que lá estava com ela sobreviviam a sopa e chá e bolachas e batatas e guisados e bacalhau, quando eu não estava. O que era mais saudável, viveram todas até aos oitenta.
E a criada. A Micas, que estava lá desde os 16 anos. Nem sei se ganhava ordenado, a minha mãe dava-lhe sempre dinheiro às escondidas da minha avó, depois de eu lá ter estado, por ela me lavar a roupa e fazer a comida. A minha avó percebia, uma vez ouvi-a perguntar quanto é que a senhora lhe dera. Se calhar queria uma percentagem.
Mas a Micas era adorável, uma pessoa do campo e extremamente sensível com os animais. Não conseguia matar uma galinha, tinha de vir alguém fazê-lo. E dava de comer aos gatos todos das redondezas. Não sei o que lhes dava, batatas e couves e pedaços de bacalhau. Quando morreu a cadela que tinhamos. ela soube que uns vizinhos tinham um cãozito e os filhos lhe batiam, por ele ter mordido um dos miudos, e ela não descansou enquanto não o trouxe lá para casa. Era pequeno e refilão, chamei-lhe Nodi, mas estava traumatizado e fugia das crianças, só gostava da Micas. Mas se eu saia para ir a casa das primas, ele ia comigo e depois voltava para casa. Eu entrava ao portão e dizia " sou eu, Nodi " meio a medo dele, mas ele vinha a correr para mim, parava e depois corria de volta e fugia e voltava. Eu não lhe tocava, com medo de ficar sem dedos. Quando alguém ia lá a casa vinha sempre a ladrar ao lado da pessoa, detestava o homem do leite, um que nos trazia todos os dia um litro de leite das vacas dele . Era da família dos que lhe batiam, avô acho eu, mas vivia noutra casa.
E os gatos eram a minha perdição. Tivemos uma muito querida durante anos, eu como andava a ler o Tarzan, chamei-lhe Sheeta (pantera) e era muito meiguinha.
Às vezes eu afeiçoava-me a um gatinho e queria trazê-lo para Lisboa. O meu pai não deixava dizia para levar logo o pára quedas.
por isso os meus filhos tèm sido educados com animais desde pequenos e a filha adora gatos e ambos são meigos com eles, embora gostem de correr atrás deles e pregar-lhes sustos (os meus filhos ). Mas vêem o trabalho que dão, a limpeza diária dos caixotes, o aspirar de pelos, o comprar terra e comida para eles. A filha já disse que quando tiver uma casa não quer animais. Eu disse " então a Pompom fica para mim? " e ela " nessa altura ela já morreu ". Mas ela adora a gata, é dela desde os seus seuis anos e sabe disso, antes dormia sempre com ela. Depois de eu arranjar o Branquinho ( quando o Tintin morreu) a gata adotou-o como um filho e dormiam os dois juntos. E anos depois trouxe este matulão, que parece um segundo Tintin, mas manso, um macho de oito quilos que salta para cima dos armários e faz xixi onde lhe apetece.
Por falar nisso, estou no PC da minha filha, vou ouvindo albúns completos nos phones dela, do You tube, hoje é o James Blunt ( the best songs), e quando ontem escrevi aquilo sobre o meu pai e fartei-me de chorar, o que até foi bom, tenho as fossas lacrimais um tanto entupidas de olhar para o écran do PC todo o dia, estive também no Farmville, que aqui é muito mais rápido de tratar. Depois sai e deixei a gata dela a dormir no beliche e saí para jantar na sala e deixei-a aqui a miar e não ouvi e qando vim tirar, estava uma poça de xixi debaixo da secretária. Limpei com a esfregona e detergente, mas a dona vai sentir o cheiro. Se fosse o gato. a quem chama Cagalhao, de certeza lhe batia, mas à gata vai dizer " fez xixi no chão, foi?quem é uma marota quem é?". Que não é de certeza como eu falo com os gatos....
A minha filha, a brincar com os meus brinquedos, no terraço no Vale.
O pai da minha filha a cozinhar os grelhados.
Lá no Vale, com a prima M.
O meu pai, com uns 60 anos.
A minha mãe e a neta, na sala dela.
Em Cantanhede, com os primos, no terraço.
Com a mãe e irmã em Carcavelos.
O meu gato Tintin, fechado na varanda a querer entrar.
Um passeio a um sítio qualquer eu tinha seis e ela doze.
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