As namoradas dos nossos filhos
Quem és tu e o que fizeste ao meu filho ?
Já andava há um ano com a miúda, já a tinha trazido a almoçar....
Pergunto-lhe se a quer trazer a almoçar e diz que não. " Zangaram-se ? ". " Não. Já não andamos. "
E eu " Há quanto tempo ? ", " Há umas semanas. ". E na boa, pelos vistos, para ele. E não duvido que fosse ela a acabar. Ainda bem que já não são da mesma turma.
Quantas vezes se vai repetir isto ainda ?
Parece que há alguém que sai à mãe. Eu levei todo e qualquer " amigo " lá a casa, desde os 16 anos.
Um , era namorado de uma amiga minha, e tal como eu, estava no 12ª ano. Nessa altura só tinhamos aulas de manhã e tardes livres e como eram três disciplinas, quase nada a estudar. Ele aparecia quase dia sim, dia sim, com Lps para eu euvir, como os U2. Não gostei do disco. A Porteira do prédio estava convencida que era meu namorado. Mais tarde ele foi realmente namorado com outra lá do prédio e a porteira achou que ele " as andava a correr todas ".
Depois havia o vizinho do lado, irmão da minha amiga. Também ele gostava da minha companhia e às vezes vinha perguntar-me se queria ir com ele comprar peças para os rádios que montava, tinha uma estação amadora e ele e outros faziam programas todas as noites, com música e parvoíces, em casa dele, ou na dos outros, para não serem descobertos. Esse era o meu pai que achava que era meu " namorado " ou se não era, eu devia esforçar-me para ser. A seguir namorei mesmo com o primeiro a partir-me o coração, e ambos os pais e avó, todos contentes, que era tão inteligente, e bonito e na universidade, como eu.
Quando acabamos, decidi ser mais selectiva com quem levava a casa. Raparigas , de preferência.
Afinal, já partira as esperanças dos pais algumas vezes.
Mas eu sou diferente. Fiquei toda satisfeita e se a vir na rua deito-lhe um olhar " és mesmo uma foleira ! ". Claro que não disse nada ao filho, não vão fazer as pazes....
Mas isto é por ele ser " o meu filho ". Claro que nenhuma será alguma vez suficientemente boa para ele.
Mas tenho a impressão que se a minha filha alguma vez me apresentar um namorado, o vou achar um querido, e coitadinho, se ela acabar com ele, vou ter mesmo pena.
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