Moving on

Escrevi o último texto no Facebook, por isso é mais um artigo semi-ficcional.
Na verdade não tinha nenhuma entrevista, só ouvi dizer que a escola particula X estava a fazer entrevistas para professores de inglês. Liguei para lá e alguém, se calhar a porteira, disse-me que já não estava lá ninguém da direção, mas que sim, que estavam a entrevistar, para ir lá segunda feira. Isto foi sexta e então apressei-me a escrever uma carta de candidatura e mandar por email, junto com o meu CV. Entretanto fui dizendo à minha irmã, filhos e amigas que tinha uma entrevista. A minha mãe depois disse à minha irmã que eu tinha uma " palestra ". Hum..... Como os boatos se criam.
O certo é que estava um calor sufocante às três da tarde e eu fui à dita escola e nem passei da Portaria. A empregada ligou lá para dentro a dizer que estava ali uma senhora para se candidatar a professora de inglês e lá de dentro responderam que tinham contratado na semana passada. OK
.
Eu nem queria ir. Eu não gosto de dar aulas. Fico com um nó no estômago a pensar que tenho de falar em público diariamente e dirigir e ser assertiva e ensinar e ser um exemplo. Já falei com uma psiquiatra sobre isso e ela achou que era uma fobia comum, mas que eu podia combatê-la com ansiolíticos ou podia passar a outra profissão, já trabalhei em Turismo e não me senti assim.Claro que o problema é arranjar esses empregos, geralmente são para pessoas mais novas e com menos escolaridade.

Depois para completar, ontem fui a casa da minha irmã e recebi o tratamento que fazia a minha mãe voltar de lá a dizer " é impossível, aquela rapariga ! ". Ela estava a ver um programa gravado da Fox e eu comecei a falar e ela " bem, vou ter de parar isto, contigo a falar não consigo ouvir nada ". Okkkk....Depois digo que fui à mãe , depois das cinco e ela já estava deitada, de camisa de dormir . Ela diz-me " Para que é que me estás a dizer isso ? Tu é que tinhas de tratar logo do assunto ! ". UI, que agressiva. Eu continuei " depois entrou uma empregada e eu disse-lhe que não era para deitarem a minha mãe tão cedo, era só depois de jantar " e ela disse que não tinha sido ela. E a minha irmã, sempre com voz agressiva " claro tens de falar é com as enfermeiras ! " e aí eu contei que encontrara a enfermeira a levar uma senhora para o quarto e lhe ia falar mas....ok, é horrível. A  idosa pára e lança um esguicho de diarreia preta em direção ao chão, que salpica as calças brancas e sapatos da enfermeira. Grande erro, não ter fraldas. Aí eu safo-me e fujo dali. " Mas devias ter falado a alguém antes de sair ". Sim. Ok. Estou cansada de ir ver a minha mãe a um sítio que parece um manicómio.

Fiquei um bocado deprimida. Quer dizer, ela já fez montes de coisas por mim, mas de repente levo um esguicho de diarreia verbal em cima. Tal e qual a minha mãe levava. E nem respondo, pelo menos no mesmo tom. Acho que foi por isso que a minha mãe se deixou estar no lar. A minha irmã tratava-a sempre com uma impaciência, um " deixa-me ver a telenovela em paz ", ou então  ia  lá a casa implicar com a lista de compras da empregada, que gastavam muito dinheiro em bolachas e refrigerantes. Que eram para os netos ( os meus filhos) mas no fundo eram para elas, os idosos adoram doces.
Acho que tenho de ir dar uma volta por aí, a pé. De preferência no jardim, se vou ao centro comercial sou capaz de comprar qualquer coisa de que me arrependa.


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