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As Serviçais, como traduziram o livro e filme em português.
Li o livro primeiro e fartei-me de chorar. Já o filme , achei mais cómico que trágico. Cortaram as partes piores , os linchamentos dos negros, etc....mas não foi por isso que chorei.
Acho que as mulheres (mães ) se identificam todas, bem as mais sensíveis, com a história. Porque as serviçais não são as negras do sul da américa , nos anos cinquenta, são todas as mulheres. Até os pais.
No fundo, dedicamo-nos à família, aos filhos, e passados uns anos, é como se não valessemos nada.....
Já dizia o Óscar Wilde, no " Retrato de Dorian Gray " , " os pais, começamos por adorá-los, depois julgamo-los e mais tarde, por vezes, perdoamos-lhes.....". E só compreendemos isto quando somos, também, pais.
Não há volta a dar-lhe, eu só considero adulto, quem passou da condição de filho, a pai. Quem andou uma milha nos sapatos da outra pessoa.
Ainda agora, culpo o meu pai por nunca me ter deixado ter um gato, em Lisboa. Ele lá teria as razões dele, em casa dele sempre houve gatos e cães, mas era no campo. Provavelmente achava que era uma chatice ter um bicho a arranhar tudo, a pedir comida à mesa, a fazer cocó e xixi nas carpetes..... Ele dizia que se eu trouxesse um gato para casa, mais valia trazer logo com um pára quedas. Ah ah, devia achar que tinha muita piada. Mas eu em casa da avó ganhava sempre amor a um gato e depois era uma choradeira para mo deixarem trazer para casa. Sem sucesso.
Mas pior aconteceu a uma amiga minha do prédio, que era da minha turma e com quem eu brincava. Encontrou um gatinho ao pé do lixo e trouxe-o para casa. Era um bocado selvagem, arranhou-nos as mãos todas e escondia-se debaixo dos móveis. Mas andávamos contentes como rouxinóis. E passadas uma ou duas semanas, o gato fez qualquer coisa que irritou a mãe dela e mandaram-na ir pô-lo de novo na rua.
O que ela fez, acho. Faziamos o que nos mandavam. Podiamos ter entregue o gato a alguém, mas a quem ?
Bem , o que é certo é que apenas o meu pai faleceu, o meu namorado da altura arranjou-me também um gato na rua, e deu-mo. Era minúsculo e também me arranhou as mão todas, levou muito tempo a domesticar. A minha mãe lá o aceitou, e eu estava com medo era da nossa robusta e trombuda Serviçal, que lhe desse uma vassourada.....ms não. Ela afinal, gostava de animais, falava mais com ele que comigo. E lá viveu 18 anos, até morrer de um cancro. Quando sai de casa tentei levá-lo, mas ele não se adaptou. Estava habituado à casa e a ter companhia o dia inteiro, tive de o deixar. Ms claro que me apressei a ir à União Zoófila buscar uma gatinha pequena,
Essa também era muito assanhada, corria e saltava e pendurava-se nas nossas roupas....
Até ao dia em que engravidei e o meu marido achou que era melhor ela ficar na outra casa, com o meu gato, para eu não apanhar uma doença qualquer. Divertiram-se muito, os dois gatos. Até ao dia em que ela subiu à janela da cozinha, se desiquilibrou e caiu os nove andares. Por sorte não acertou em ninguém. Mas foi morte instantânea. Cumpriu-se a profecia do meu pai....
Li o livro primeiro e fartei-me de chorar. Já o filme , achei mais cómico que trágico. Cortaram as partes piores , os linchamentos dos negros, etc....mas não foi por isso que chorei.
Acho que as mulheres (mães ) se identificam todas, bem as mais sensíveis, com a história. Porque as serviçais não são as negras do sul da américa , nos anos cinquenta, são todas as mulheres. Até os pais.
No fundo, dedicamo-nos à família, aos filhos, e passados uns anos, é como se não valessemos nada.....
Já dizia o Óscar Wilde, no " Retrato de Dorian Gray " , " os pais, começamos por adorá-los, depois julgamo-los e mais tarde, por vezes, perdoamos-lhes.....". E só compreendemos isto quando somos, também, pais.
Não há volta a dar-lhe, eu só considero adulto, quem passou da condição de filho, a pai. Quem andou uma milha nos sapatos da outra pessoa.
Ainda agora, culpo o meu pai por nunca me ter deixado ter um gato, em Lisboa. Ele lá teria as razões dele, em casa dele sempre houve gatos e cães, mas era no campo. Provavelmente achava que era uma chatice ter um bicho a arranhar tudo, a pedir comida à mesa, a fazer cocó e xixi nas carpetes..... Ele dizia que se eu trouxesse um gato para casa, mais valia trazer logo com um pára quedas. Ah ah, devia achar que tinha muita piada. Mas eu em casa da avó ganhava sempre amor a um gato e depois era uma choradeira para mo deixarem trazer para casa. Sem sucesso.
Mas pior aconteceu a uma amiga minha do prédio, que era da minha turma e com quem eu brincava. Encontrou um gatinho ao pé do lixo e trouxe-o para casa. Era um bocado selvagem, arranhou-nos as mãos todas e escondia-se debaixo dos móveis. Mas andávamos contentes como rouxinóis. E passadas uma ou duas semanas, o gato fez qualquer coisa que irritou a mãe dela e mandaram-na ir pô-lo de novo na rua.
O que ela fez, acho. Faziamos o que nos mandavam. Podiamos ter entregue o gato a alguém, mas a quem ?
Bem , o que é certo é que apenas o meu pai faleceu, o meu namorado da altura arranjou-me também um gato na rua, e deu-mo. Era minúsculo e também me arranhou as mão todas, levou muito tempo a domesticar. A minha mãe lá o aceitou, e eu estava com medo era da nossa robusta e trombuda Serviçal, que lhe desse uma vassourada.....ms não. Ela afinal, gostava de animais, falava mais com ele que comigo. E lá viveu 18 anos, até morrer de um cancro. Quando sai de casa tentei levá-lo, mas ele não se adaptou. Estava habituado à casa e a ter companhia o dia inteiro, tive de o deixar. Ms claro que me apressei a ir à União Zoófila buscar uma gatinha pequena,
Essa também era muito assanhada, corria e saltava e pendurava-se nas nossas roupas....
Até ao dia em que engravidei e o meu marido achou que era melhor ela ficar na outra casa, com o meu gato, para eu não apanhar uma doença qualquer. Divertiram-se muito, os dois gatos. Até ao dia em que ela subiu à janela da cozinha, se desiquilibrou e caiu os nove andares. Por sorte não acertou em ninguém. Mas foi morte instantânea. Cumpriu-se a profecia do meu pai....
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