Sempre a pensar, para quê



Eu antes destes dois namorados, já dera uns beijitos, o primeiro até foi a um rapaz por quem eu me achava apaixonada. Mas era sempre como se fosse a primeira vez que se fuma um cigarro, uma coisa estranha e sem grande interesse. Aliás eles fumavam e eu não apreciava o sabor....Então aquele que cheirava a Feno de Portugal...bolas, que cheiro. 

Depois o tal " Rui " chamemos-lhe assim, acendeu em mim como se fosse a luz de uma alma gémea. Mas não me despertou os sentidos, a ponto de me querer " entregar ". Naquele tempo os preservativos compravam-se na farmácia e era embaraçoso lá ir e havia aqueles que diziam que " sabiam fazer " o que significava tirar a tempo. Eu não ia nessas cantigas. Tinha lá em casa o sobrinho a provar que os acidentes acontecem, mesmo já namorando aqueles dois há 5 anos, quando aconteceu. 

Agora à distância, penso que a relação do Rui com a namorada mistério era mais "encontros amorosos " que namoro. Ela era mais velha e vivia sozinha, já trabalhava em contabilidade. Ela era muito ciumenta, mas ele saia connosco sem ela. Nem a apresentou à família dele. Sentia mais afinidade comigo, provavelmente, que com ela, mas ela morava do outro lado, como ele (margem sul ) e para estar comigo era bem mais complicado. Acho que terminou comigo por conveniência, no Inverno eu não ia lá. 

Por outro lado, o tal " Paulo " era um vizinho meu. Punha-se em minha casa em dois minutos, a pé. E no entanto eu nunca reparara nele, eu não frequentava o café, era tipo " tasca " e o meu pai não gostava. 
Quando começámos a andar, eu depressa o apresentei em casa, nunca fui de esconder amigos, e os meus pais receberam-no bem, sem gostarem muito dele, deram-lhe o benefício da dúvida, e pensaram que quanto menos se opusessem mais depressa eu o despachava. Penso eu, agora. 
Agora ele, nunca me levava a casa dele, não quando a mãe e o irmão lá estavam (os pais eram divorciados). A mãe tinha-lhe dito para não lhe apresentar as namoradas a não ser que fosse coisa séria, pois ela afeiçoava-se e depois ficava com pena. Segundo parece isso já acontecera antes. E ele disse isso e eu não me importei. Nessa altura eu já tomava a pílula e faltamos os dois várias manhãs às aulas, para estarmos juntos, e corria bem. Eu era de tal forma, que nas férias da Páscoa ele foi acampar para a Zambujeira com um amigo e esteve duas semanas sem telefonar. Quando voltou disse que tinham conhecido umas francesas e tinham andado " a curtir " com elas, mas fora só para curtir, eu é que era a namorada. E eu, " ah, bem, se é assim, na verdade, ahn ". Fiquei triste, mas de certa forma pensei, ora então, vamos a ver se isso funciona para os dois lados. 

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