Encontros
Viu-a logo à entrada do hipermercado. Tinha entrado para comprar umas vodkas, limões, enfim, ia ter amigos a ver o jogo. Nem cesto levava. Ela , pelo contrário, empurrava um grande carro vazio, onde colocara a carteira. Parecia-lhe familiar, como se tivessem convivido na escola, ou fosse uma amiga de uma amiga. Gostou do ar calmo e seguro, com que caminhava no meio do bulício do fim de tarde. Bem feita, não muito alta, calças justas e uma blusa preta com decote nas costas. Dirigia-se pra os alimentos de animais. Riu-se e foi ver a seção dos livros. Daí a nada ela passou por trás dele, nem lhe lançando um olhar, com comida de gatos. Ele não tinha nenhum, mas não desgostava. Será que se dirigiria par a seção das revistas, onde se acumulavam os leitores de factoides cor de rosa ? Não, prosseguiu e dirigiu-se lentamente para a frutaria. Ele pesquisou os produtos de rosto masculinos. Precisava de fazer a barba.
Depois viu-a ao telefone, ah, estava à espera de alguém, daí a falta de pressa. Decidiu ir aos vinhos.
Mais tarde, escolheu uma caixa, à sorte, estavam todas igualmente preenchidas . Baixou os olhos e era ela, à sua frente, com o carro pouco cheio, de frutas, pão, água e pouco mais. Ela acenou, chamando alguém e veio uma miúda adolescente, cerca de quinze anos. " Estava a ver que não vinhas ! ", " Ainda fui comer um gelado.". " Ah, e não me convidaste ! ", fui com a Rita ! ", " claro...ajuda-me a por as coisas ....". A garota colocou tudo atabalhoadamente na passadeira e passou para a frente do carrinho. A passadeira avançou e ela não reparou que a meloa e as laranjas ficaram equilibradas no friso, não avançando. Estava a procurar o cartão do continente, o do carro, nas profundezas da mala. E ele com os braços carregados de garrafas, limões, aperitivos.....Finalmente reparou, " isso ainda é meu ! " e puxou as frutas para a frente. Riu-de de modo infantil e finalmente reparou nele, fitou-o nos olhos e disse " desculpe, estava distraída ! " , " não faz mal ", balbuciou ele, pousando envergonhado a meia dúzia de garrafas de vodka. A filha dela interrompe " olha para os morangos que trouxeste ! está um podre na caixa ! ", " olha, vai trocá-la ! ". " Ainda tem tempo, se quiser, " disse ele, solícito. " Eu por acaso até vi as caixas, mas todas tinham um ou dois estragados....", " pois é, para equilibrar....".
Ela percorreu os olhos pelas compras dele e pareceu-lhe que quase ia fazer um comentário, sorria . Não tinha aliança, só um vulgar anel em cada mão, mas mais nada, nem colares, nem pulseiras, a pele branca a contrastar com o cabelo escuro, a encaracolar nas pontas, ligeiramente húmido no pescoço.... Entretanto a filha e o obeso caixeiro tinham tratado de ensacar as compras e ela tirou o cartão para pagar, já encontrara os outros. Empurrou o carro e foi-se. Um dois três, iria olhar ? Não o fez. Concentrou-se em arrumar as suas coisas, que a ele não arrumaram. Perdeu o olhar que ela lhe atirou, seguido de um " mãe ! " indignado da adolescente....
Depois viu-a ao telefone, ah, estava à espera de alguém, daí a falta de pressa. Decidiu ir aos vinhos.
Mais tarde, escolheu uma caixa, à sorte, estavam todas igualmente preenchidas . Baixou os olhos e era ela, à sua frente, com o carro pouco cheio, de frutas, pão, água e pouco mais. Ela acenou, chamando alguém e veio uma miúda adolescente, cerca de quinze anos. " Estava a ver que não vinhas ! ", " Ainda fui comer um gelado.". " Ah, e não me convidaste ! ", fui com a Rita ! ", " claro...ajuda-me a por as coisas ....". A garota colocou tudo atabalhoadamente na passadeira e passou para a frente do carrinho. A passadeira avançou e ela não reparou que a meloa e as laranjas ficaram equilibradas no friso, não avançando. Estava a procurar o cartão do continente, o do carro, nas profundezas da mala. E ele com os braços carregados de garrafas, limões, aperitivos.....Finalmente reparou, " isso ainda é meu ! " e puxou as frutas para a frente. Riu-de de modo infantil e finalmente reparou nele, fitou-o nos olhos e disse " desculpe, estava distraída ! " , " não faz mal ", balbuciou ele, pousando envergonhado a meia dúzia de garrafas de vodka. A filha dela interrompe " olha para os morangos que trouxeste ! está um podre na caixa ! ", " olha, vai trocá-la ! ". " Ainda tem tempo, se quiser, " disse ele, solícito. " Eu por acaso até vi as caixas, mas todas tinham um ou dois estragados....", " pois é, para equilibrar....".
Ela percorreu os olhos pelas compras dele e pareceu-lhe que quase ia fazer um comentário, sorria . Não tinha aliança, só um vulgar anel em cada mão, mas mais nada, nem colares, nem pulseiras, a pele branca a contrastar com o cabelo escuro, a encaracolar nas pontas, ligeiramente húmido no pescoço.... Entretanto a filha e o obeso caixeiro tinham tratado de ensacar as compras e ela tirou o cartão para pagar, já encontrara os outros. Empurrou o carro e foi-se. Um dois três, iria olhar ? Não o fez. Concentrou-se em arrumar as suas coisas, que a ele não arrumaram. Perdeu o olhar que ela lhe atirou, seguido de um " mãe ! " indignado da adolescente....
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