Fim de férias
Matei-me a rir com esta foto...
Como é que eu estou? Perguntou-me um amigo. Bem, muito obrigada, e tu? Costumo responder.
Mas a pergunta dele era do género de doente para doente. Tipo, como está a tua depressão? bem obrigada, e a tua?
Eu acho que uma pessoa normal, inteligente, com a situação nacional e a sua própria, não pode deixar de ter alguma depressão. Sim, estou desempregada há mais de um ano. Sim, depois de pagar as contas que me esperavam em Lisboa fiquei com 40 euros no bolso. Obviamente gasto mais do que ganho, e sem subsídio de férias, não devia fazer férias. Mas para a saúde mental da mãe e dos filhos é bom ir duas semanas para fora, e desconfio que este foi o último ano em que comprei um balde e uma pá ao filho, e que a filha quis passear de noite agarrada à mãe. E que rimos imenso com os comentários nas Olímpíadas de Londres 2012, que víamos todas as manhãs, antes de irmos para a praia. " Recorde histórico dos atletas portugueses, a mãe é a primeira a mergulhar no mar!". Sim, que a água estava fria...
Em geral estivemos na praia no turno da 13h às 16h, mto bom para esturrar... Ninguém apanhou um escaldão e tivémos sempre lugar para estacionar. Joguei raquetes, fartei-me de andar e nadar e perdi dois kg. Enfim, foi divertido. Para eles tb, sempre a rirem.
Eu gosto de miúdos porque são sempre alegres, os adultos andam de neura, os velhos às vezes tb.
Outras parecem crianças de novo, e quando venho do lar da minha mãe até venho bem disposta, com tantas chamadas, "venha cá , menina!" para os ajudar nisto e naquilo, no fundo querem é conversa. Mas ainda referente à depressão.
O facto da minha mãe ser bipolar assusta-me um bocado, e quando no outro ano tive problemas na escola onde dei aulas, não me senti apoiada por ninguém, era género "tens é sorte de ter emprego", queixei-me à médica de família e ela perguntou-me se gostaria de ir a uma consulta de psiquiatria.
Fui ao tristemente conhecido Júlio de Matos, que agora está todo remodelado e se chama Centro Hospitalar Central ou assim e lá falei com a médica, que ouvia e escrevia no pc. No fim deu-me o que deve ser o pacote normal, para professoras queixosas, umas pílulas para dormir que se chamavam "anti-psicóticos" e um anti depressivo para tomar de manhã. Depois na net falei com um rapaz que era obviamente bipolar e estava na fase maníaca, e disse-me que tomava a mesma coisa, mas a dose era tripla da minha. Mas ele não tomava o anti depressivo.
Na outra consulta queixei-me à psiquitra que os calmantes me faziam dormir demais, mas ela disse que eu estava desempregada, tb não tinha nada que fazer...
Na terceira consulta tirou-me o calmante e fiquei no anti depressivo, na quarta deu-me alta e tirou-me o anti depressivo. Deu-me uma carta para entregar à médica de família, e eu pensei, leio, não leio. Vinha fechada. Claro que a li. O resumo era que apresentava humor depressivo e ansiedade (no início) mas não era psicótica.
Ah, quero uma segunda opinião. (Não havia uma anedota qualquer sobre o meu psiquiatra diz que não sou maluco mas quero uma segunda opinião?).
Fora de brincadeiras, eu penso que as pessoas que nunca têm depressão é que não são boas. Ou são demasiado estúpidas, ou extravazam doutra forma, raiva, agressões, vícios. No fundo uma pessoa deprimida, desde que não chateie os outros com as queixas, só faz mal a si próprio. Mas de momento sinto-me bem. Aliás a mulher dizia lá que o meu humor estava "eutímico". Boa.
Como é que eu estou? Perguntou-me um amigo. Bem, muito obrigada, e tu? Costumo responder.
Mas a pergunta dele era do género de doente para doente. Tipo, como está a tua depressão? bem obrigada, e a tua?
Eu acho que uma pessoa normal, inteligente, com a situação nacional e a sua própria, não pode deixar de ter alguma depressão. Sim, estou desempregada há mais de um ano. Sim, depois de pagar as contas que me esperavam em Lisboa fiquei com 40 euros no bolso. Obviamente gasto mais do que ganho, e sem subsídio de férias, não devia fazer férias. Mas para a saúde mental da mãe e dos filhos é bom ir duas semanas para fora, e desconfio que este foi o último ano em que comprei um balde e uma pá ao filho, e que a filha quis passear de noite agarrada à mãe. E que rimos imenso com os comentários nas Olímpíadas de Londres 2012, que víamos todas as manhãs, antes de irmos para a praia. " Recorde histórico dos atletas portugueses, a mãe é a primeira a mergulhar no mar!". Sim, que a água estava fria...
Em geral estivemos na praia no turno da 13h às 16h, mto bom para esturrar... Ninguém apanhou um escaldão e tivémos sempre lugar para estacionar. Joguei raquetes, fartei-me de andar e nadar e perdi dois kg. Enfim, foi divertido. Para eles tb, sempre a rirem.
Eu gosto de miúdos porque são sempre alegres, os adultos andam de neura, os velhos às vezes tb.
Outras parecem crianças de novo, e quando venho do lar da minha mãe até venho bem disposta, com tantas chamadas, "venha cá , menina!" para os ajudar nisto e naquilo, no fundo querem é conversa. Mas ainda referente à depressão.
O facto da minha mãe ser bipolar assusta-me um bocado, e quando no outro ano tive problemas na escola onde dei aulas, não me senti apoiada por ninguém, era género "tens é sorte de ter emprego", queixei-me à médica de família e ela perguntou-me se gostaria de ir a uma consulta de psiquiatria.
Fui ao tristemente conhecido Júlio de Matos, que agora está todo remodelado e se chama Centro Hospitalar Central ou assim e lá falei com a médica, que ouvia e escrevia no pc. No fim deu-me o que deve ser o pacote normal, para professoras queixosas, umas pílulas para dormir que se chamavam "anti-psicóticos" e um anti depressivo para tomar de manhã. Depois na net falei com um rapaz que era obviamente bipolar e estava na fase maníaca, e disse-me que tomava a mesma coisa, mas a dose era tripla da minha. Mas ele não tomava o anti depressivo.
Na outra consulta queixei-me à psiquitra que os calmantes me faziam dormir demais, mas ela disse que eu estava desempregada, tb não tinha nada que fazer...
Na terceira consulta tirou-me o calmante e fiquei no anti depressivo, na quarta deu-me alta e tirou-me o anti depressivo. Deu-me uma carta para entregar à médica de família, e eu pensei, leio, não leio. Vinha fechada. Claro que a li. O resumo era que apresentava humor depressivo e ansiedade (no início) mas não era psicótica.
Ah, quero uma segunda opinião. (Não havia uma anedota qualquer sobre o meu psiquiatra diz que não sou maluco mas quero uma segunda opinião?).
Fora de brincadeiras, eu penso que as pessoas que nunca têm depressão é que não são boas. Ou são demasiado estúpidas, ou extravazam doutra forma, raiva, agressões, vícios. No fundo uma pessoa deprimida, desde que não chateie os outros com as queixas, só faz mal a si próprio. Mas de momento sinto-me bem. Aliás a mulher dizia lá que o meu humor estava "eutímico". Boa.
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