Queda de João Moura
Agora de verão, é a época de touradas, neste país. Embora 90% da população nunca tenha pago um bilhete para ver este espectáculo, temos de graça pela televisão e em directo. E às dez horas, sem bolinha a avisar de que o espectáculo pode ser considerado chocante. E no entanto o sangue que cobre o touro é verdadeiro, cobre depois os forcados que realizam a pega, tudo a cores. Nesta última tourada, que eu vi, o cavalo escorregou, o Cavaleiro caiu e o touro investiu sobre os dois. Não houve ferimentos, mas foi um momento de grande perigo. Primeiro, o Cavaleiro João Moura, tem vários filhos e já não é novo, podia ter-se magoado a sério na arena. Segundo, o touro está embolado (com os chifres protegidos) mas mesmo assim ainda tem força para ferir todos os envolvidos, o que não se pode considerar estranho pois durante o tempo que está na arena está sempre a ser espicaçado pelo toureiro e são-lhe cravadas estacas no cachaço. claro que ele vai sangrando e perdendo as forças, mas mesmo assim tem 500 kg.É notório o facto de estar enfraquecido, de outro modo nunca os forcados poderiam realizar a pega, reter o touro e imobilizá-lo na arena. Depois levam-no de volta para os curros. Não se mata na arena, como em Espanha. Não sei o que acontece depois. Na minha inocência, pensava que o veterinário lhe tirava as farpas e tratava e era devolvido aos prados para procriar, e não voltava à arena.
Depois vi aquela foto de touros mortos a serem carregados para um camião, ainda com as farpas cravadas. Pode ser tirada em Espanha, lá realmente cravam farpas e matam-no na arena. Mas pode ser cá. Será que os touros ficam a sofrer com as farpas, até serem mortos e levados? Tudo isto é de uma violência, para os animais, pessoas envolvidas, que parece loucura. Isto é no seculo21. Com isto às costas, como podemos criticar outros costumes bárbaros, de matanças de baleias, animais exóticos, pela pele, de outros países.
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