E então

E então lá no hospital central psiquiátrico (sim, é o Júlio de Matos) fui esperar para a porta, veio uma médica sem bata, toda prazenteira. "Então o que se passa?". No pasa nada...apeteceu-me responder.

Disse-lhe que o ano escolar tinha sido muito stressante e eu me sentia muitas vezes irritada e frustrada e à beira de um ataque de nervos, e que tinha gritado com uns espanhois que estavam a fazer barulho à minha porta (na casa do algarve), e que eu até sou uma pessoa calma...

Ela ía vendo no pc o meu histórico médico, calculo, pois disse que eu tinha a tensão muito alta e a  fluoxetina (prozac)  era muito forte, era para doentes com depressão profunda sairem da cama, e como não era o meu caso, não admirava que eu andasse nervosa. E que lá por ser uma escola "boa", não queria dizer nada, esses miúdos eram deixados ao abandono pelos pais.

Perguntou se eu era boa professora, eu disse que sim , e ela "vê, o problema não é seu". Depois mandou-me estar dois dias sem tomar nada e beber muita água, voltar para a praia e distrair-me. Tb me deu outros dois remédios, que não sei bem o que são, mas dormi doze horas seguidas quando tomei o da noite, e com o da manhã fiquei meio "tudo bem meu....". Aliás à noite ontem, (novamente no algarve) estavam uns miúdos do apartamento do prédio atrás a fazer uma grande xinfrim e o meu filho disse " não queres ir ali gritar com eles?" e eu "não, filho, deixa lá....". Mesmo assim quando vim da praia vinha atrás de um estrangeiro que ía a 20 km na zona dos 50 km /h e eu logo que o consegui ultrapassar dei-lhe uma boa buzinadela.

Jantei com a minha prima e ela é um bocado como eu, quando vai buscar as filhas à escola e ouve as asneiradas da malta ao sair , já lhes disse "meus meninos, estão aqui crianças e pessoas de respeito, vamos a calar essa boca ou vou fazer queixa de vocês", para grande vergonha da filha que é uma delas.... Mas eu já quase fiz o mesmo! Já perguntei a um " Desculpa lá, és de que ano e turma? ", "8º A, porquê?" , "porque vou falar com a tua directora de turma, esse comportamento é inaceitável!". E disse-o a olhá-lo nos olhos e num tom de voz baixo e ele foi-se sem dizer nada, e agora quando me veem piam baixinho.

 Mas eu sempre fui aquela que mandam à frente nas situações críticas. Nas escadinhas da praia, Plateau, multidão à porta e lá ía eu à frente, "com licença....olá boa noite! somos seis!" e o porteiro mandava-nos entrar....Sem me conhecer de lado nenhum. E aquela vez que fomos seguidas por um carro de rapazes aos gritos, há 20 anos atrás, à noite, fui eu que parei em frente da esquadra e disse ao guarda que estava à porta, "aqueles vêm a seguir-nos e temos medo de ir para casa", e o senhor muito prestável, "Que é que quer que eu faça? Posso-lhe emprestar isto..." e fez menção de me passar a espingarda para as mãos....

Espero que estes remédios não me destruam a personalidade. mas estar calma é mais sossegado, dá menos trabalho, e sem dúvida que me vou chatear muito menos quando for dar aulas para o ano.

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