Serviço Nacional de Saúde

O blogger esteve desligado um dia penso eu, e eu também ando. Acabei por ficar uma semana em casa pois a médica do centro está de férias. Na 2º f. monday, terei de lá ir logo às 8 h tentar marcar uma consulta para o próprio dia. vai ser lindo, a Gabs contra duzentos velhos.

O nosso sistema de saúde (vou falar para os estrangeiros, parece que tenho aí pessoas do Japão e tudo) é grátis. Atendemos nos hospitais públicos por uma taxa mínima, qualquer pessoa que se apresente nas urgências. Não perguntamos se é estrangeiro, legal ou ilegal. Há uma triagem, conforme a urgência é atribuído um bilhete com um tempo previsto de espera, mas todos são vistos, radiografados, feitas catscans, seja o que fôr preciso. Se necessário fica internado, sem pagar.

O dinheiro para sustentar isto, vem é claro, dos impostos e quem acaba por arcar com mais são os que trabalham para o estado, pois deduz-se logo no ordenado um imposto. Depois há os centros de saúde, mais pequenos e cada pessoa é suposto ter um médico de família, que a atende sempre que se marca consulta, mas geralmente para daí a um mês ou dois. Se o/a médica considera necessária uma consulta de uma especialidade, marca ela para um hospital. Foi assim que fui fazer os exames de cardiologia ao Egas Moniz, ou esse foi aquilo das pedras nos rins. Eu estou à espera da consulta de ginecologia há três meses, mas essa é lá no Centro, mas não faz mal pois tive de andar à procura de um sítio em que fizessem pela Caixa (SNS - sistema nacional de saúde) as mamografias e osteodensitometria. Sim, tenho uma Osteopenia de 1,3, seja lá o que isso for. O meu ex. que é médico, diz que tenho os ossos fracos, mas não é grave.

Mas se uma pessoa falta ao emprego por doença leve, género constipação/gripe (cold or flu, dei isto no outro dia quando falei do vício do tabaco na aula, quem fuma tem mais....) tem de ir buscar um atestado à médica de familia (não para ter consulta, ninguém quer lá gente só com gripe). E para isso é preciso ir cedo, e abancar lá à porta antes daquilo abrir (lá para as 9 h?). A não ser que se apanhe a médica a chegar e se crave logo ali o atestado. Coitados.

De nós! Eu falo disto como novidade, nunca estive doente até ir para a maternidade ter a filhota, ou se estava acho que ía a médicos particulares. Mas os tempos não estão para esquisitices e a frequência dos centros de saúde é muita, aliás têm feitos uns novos, mais centralizados, e fechado outros que serviam uma população pequena, o que deixa as pessoas muito chateadas pois têm de andar 50 km para ir ao médico. Ah pois e têm nascido mais bebés nas ambulâncias, pois com as maternidades aí pelo país é o mesmo, menos e melhores (em princípio). (ver tb 17/01/2010)

O mesmo sistema com as escolas públicas, o ensino também é grátis até ao 12º ano e obrigatório. Antigamente havia milhares de escolas pelas aldeias, agora há menos mas há uma camioneta que anda a recolher os miúdos. Menos os que não anda, que têm de andar kms todos os dias até à paragem. E depois há abandono escolar. Eu concordo com isto tudo, só me chateia é que há a sensação que quem tem empresas particulares consegue de alguma forma escapar aos impostos, declaram ordenados mínimos, não passan faturas, eu sei lá, sei lá...

O certo é que eu podia ter voltado às aulas sexta, confesso, tinha carro, mas não tenho o atestado. Mas não se preocupem, porque eu, como não estou a trabalhar há seis meses seguidos, não recebo nada da Segurança Social quando não trabalho. Pago na mesma os impostos, tenho de usar o SNS para o atestado, não é, e para consultas de manutenção. Como o meu carro que teve de mudar o filtro de ar que estava nojento e mudar o óleo além da caixa de velocidades, pois o mecânico diz que me arriscava a ficar parada na estrada. Aliás é estranho não ter ficado, nem me lembro quando foi a última revisão do carro.