Eugénio de Andrade


ESPERA


Horas, horas sem fim,

pesadas, fundas,

esperarei por ti

até que todas as coisas sejam mudas.


Até que uma pedra irrompa

e floresça.

Até que um pássaro me saia da garganta

e no silêncio desapareça.


Eugénio de Andrade

Poesia em Verso e Prosa, Círculo de Leitores, 1980

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