cao acorrentado
Às vezes sentimo-nos como os cães acorrentados. Limitados a um espaço e dependentes de quem nos alimenta. Como os cães , por vezes tornamo-nos ferozes, pois tendemos a querer dominar o nosso espaço e não nos agrada que o ultrapassem.
Vamos falar de casamento, por exemplo. Uma rapariga normal, faz a escola junto com os rapazes, em geral até é melhor aluna que eles. Saem juntos, divertem-se, arranjam emprego, eles mais facilmente que elas, se calhar, e mais bem pagos. A certa altura sente vontade de casar, ou pelo menos, procriar. Ou tem pais e sogros que lhe ficam com o filho, ou tem uma creche a pagar. Ou apetece-lhe, ou é mais conveniente, ficar em casa com a criança. A mãe, claro, o pai prossegue a sua carreira. Nasce outro e fica mais algum tempo. Afinal, o seu emprego até já foi dado a outra e com a crise, etc, é melhor ficar com os dois. O pai ganha melhor e tem tudo a seu contento, as crianças entregues aos cuidados maternais, a casa arrumada. O tempo passa e os meninos entram para a escola do estado. É de graça e é boa. A mãe pode ir trabalhar. Mas aí já é mais velha, já não pode ter horários tardios, etc, porque os meninos precisam de alguém com eles e o dinheiro que ela ganharia não chega para ATL ou empregadas. Tudo corre bem enquanto a mãe se contenta com a sua vida limitada e o respectivo marido é um dono simpático e respeitador.
Mas e se depois a situação muda? Roi-se a corda e levam-se os infantes para outro canil. E o pai dos infantes em geral, fica no mesmo sítio e se dá dinheiro para a alimentação dos filhos é pouco e com custo. E se se protesta, diz que se estava presa era por livre vontade. E que já que prefere a liberdade, amanhe-se. E amanhamo-nos.
Isto a propósito da nova lei do divórcio em que o ex deixa de ter de dar pensão de alimentos ao conjuge desempregado. Que recorde-se, funcionava para os dois lados, se fosse o homem o desempregado, a mulher pagaria a pensão.
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