Education


Escrevo isto a pensar naquele da " The King of Queens", ( " Eu, ela e o pai"). Edu-ca-tion. Como ele diria. No outro dia houve um episódio divertido, em que a mulher dele descobriu que o pai não lhe entregara a carta em que uma universidade a aceitara, e por isso hoje ela era uma secretária, e não uma advogada, na sua firma. Também descobriu que nunca lhe dissera que um rapaz que ela admirava há três anos lhe telefonara, finalmente. Quando ela tinha 16 ou 17 anos. Duas omissões que a podiam ter tirado de Queens...

No outro dia o nosso Presidente resolveu pronunciar-se sobre a pobreza da nossa educação. Eu não sei no que ele está a pensar, talvez na do seu tempo. Ou no meu. Mas tendo filhos de dez e doze anos, verifico que a educação deles é bem melhor que a minha. Basta olhar os livros escolares. Livros de textos e livros de exercícios. Cheios de imagens e ideias e perguntas, acho que citando alguém "difícil é sentá-los...". Depois, têm mais horas na escola. Sim, mas algumas são de "Apoio ao estudo", o que basicamente significa que têm (os que precisam) apoio a matemática ou a português. E "Estudo acompanhado" onde estão supostamente a fazerem os TPCs, acompanhados. E se algum professor falta, têm aula de substituição. O que é melhor do que saírem da escola ou irem inventar o que fazer. Têm " Área de projecto" onde se dedicam em grupos a fazer um trabalho anual , tema género " Uma escola mais verde". E eles gostam de ter reuniões em casa uns dos outros para se organizarem. Além disso têm as aulas normais de Matemática, História, Geografia, Ciências naturais, Português, Inglês, Educação F´sica, Musical, Visual. Nós como era?

Eu, depois da revolução de 74, foi um caos. Professores colocados fora de tempo, manuais improvisados, escolas semi construídas, horas e horas sem aulas, porque faltavam, etc. E se precisava de ajuda em matemática ou português, era ensinada em casa, pela irmã mais velha na matemática e mãe no português. Mas muitos miúdos não tinham a sorte de ter explicadores...
Havia Colégios, sim. E eu poderia ter andado. Mas havia a noção vaga de que os colégios eram para os "atrasados", ou os muito "queques". Mas até à quarta classe (ano) andei num, bastante moderno e alegre, só saía era quando o meu pai me ía buscar, o que me deixava na angústia de ser a última a ir embora... Não era, mas ninguém queria ser.
Hoje também há os ATL, e os pais que se esquecem de os ir buscar. Literalmente.

Claro que depois de toda esta educação, cada um que se desembrulhe...
Bem, mas os meus andam numa escola pública igual a muitas outras. Nem sequer é das primeiras no ranking (80 e tal), tem setecentos alunos e parece funcionar. E tudo de graça.

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