Vôo a solo
Primeiro dia de praia. Sozinha, porque em casa ía a Carcavelos com os miúdos.
Fui só às 11 h , tive que comprar leite e pão e assim e já percebi os vizinhos que tenho, daqueles que colam os carros ao estacionamento e vão a pé para todo o lado, por isso tirar o carro do sítio é perder o lugar, e vir carregada de sacas lá de longe. Podia deixar a água, o leite, os 5 kg de areia para gatos, à porta do prédio e depois ir procurar lugar. Mas se o fizesse o único lugar à vista podia desaparecer.
Aquela praia parece a foto da coreia do sul, se excluirmos as pessoas na água. Um bocadito de vento por isso fria. Pronto é a praia da Oura, já disse. Amanhã vou para outra, mas o sítio onde estava era "não chapéus de sol". "não jogar à bola" e por isso estava mais ou menos bem. Podia ser também "não fumar" porque havia uns espanhois a fumarem para cima de mim, mas fui tomar banho e fiquei por lá, no mar. Gosto do mar, de boiar, nadar, estar por ali...
Engraçado, a última e única vez que fiz isto, de férias sozinha, foi com 26 anos, e não estava de férias estava a trabalhar, cá no Algarve. Estava na praia muito cedo pois trabalhava por turnos e entrava às 13 h, e lembro-me da praia quase deserta, e um grupo de americanos, de idade, perto de mim, comentarem " this is almost heaven, wonderfull".
Na altura eu estava no aeroporto de Faro, e o trabalho era o stress total, "assistente de passageiros em trânsito" ou isso. Tinha uma farda de hospedeira e tudo (se encontrar uma foto ponho) e fazia o check-in dos passageiros de vôos charter, logo, sempre cheios. Depois estava a fazer o embarque deles na sala, a rasgar os cartões de embarque, a seguir ía no autocarro com eles até ao avião, e eu e outra (ou outro) punhamo-nos à porta do autocarro, olhávamos para o resto do cartão e apontávamos para "the front", "the end" , para eles se dirigirem logo à porta do avião mais perto do lugar e não andarem a tropeçar no avião. Com isto tudo ouvia às vezes um "so, are you coming with us too, or not?". Eh, eh. Só faltava. E estavam uns 50 graus ali na placa, e nós de collants, o que acabava por ser bom pois o aeroporto de Faro foi construído num pântano e tem melgas do tamanho de pássaros... Por isso as minha colegas sabiamente meteram baixa em Agosto e fiquei todo o mês sozinha, com uma TV a preto e branco e sem net. Bons tempos.
Agora também podia dizer que tinha acabado com um namorado lá dos "abiões" e que quando fazia o check-in do vôo dele deixava entrar as bagagens de mão que eles queriam, e fazia questão de sentar à janela os que tinham grandes pernas e pediam "aisle seats", mas não, eu não fazia isso, só se fôsse por ignorância (aisle=asa?), não ía querer chatear o menino comissário de vôo de propósito....
Fui só às 11 h , tive que comprar leite e pão e assim e já percebi os vizinhos que tenho, daqueles que colam os carros ao estacionamento e vão a pé para todo o lado, por isso tirar o carro do sítio é perder o lugar, e vir carregada de sacas lá de longe. Podia deixar a água, o leite, os 5 kg de areia para gatos, à porta do prédio e depois ir procurar lugar. Mas se o fizesse o único lugar à vista podia desaparecer.
Aquela praia parece a foto da coreia do sul, se excluirmos as pessoas na água. Um bocadito de vento por isso fria. Pronto é a praia da Oura, já disse. Amanhã vou para outra, mas o sítio onde estava era "não chapéus de sol". "não jogar à bola" e por isso estava mais ou menos bem. Podia ser também "não fumar" porque havia uns espanhois a fumarem para cima de mim, mas fui tomar banho e fiquei por lá, no mar. Gosto do mar, de boiar, nadar, estar por ali...
Engraçado, a última e única vez que fiz isto, de férias sozinha, foi com 26 anos, e não estava de férias estava a trabalhar, cá no Algarve. Estava na praia muito cedo pois trabalhava por turnos e entrava às 13 h, e lembro-me da praia quase deserta, e um grupo de americanos, de idade, perto de mim, comentarem " this is almost heaven, wonderfull".
Na altura eu estava no aeroporto de Faro, e o trabalho era o stress total, "assistente de passageiros em trânsito" ou isso. Tinha uma farda de hospedeira e tudo (se encontrar uma foto ponho) e fazia o check-in dos passageiros de vôos charter, logo, sempre cheios. Depois estava a fazer o embarque deles na sala, a rasgar os cartões de embarque, a seguir ía no autocarro com eles até ao avião, e eu e outra (ou outro) punhamo-nos à porta do autocarro, olhávamos para o resto do cartão e apontávamos para "the front", "the end" , para eles se dirigirem logo à porta do avião mais perto do lugar e não andarem a tropeçar no avião. Com isto tudo ouvia às vezes um "so, are you coming with us too, or not?". Eh, eh. Só faltava. E estavam uns 50 graus ali na placa, e nós de collants, o que acabava por ser bom pois o aeroporto de Faro foi construído num pântano e tem melgas do tamanho de pássaros... Por isso as minha colegas sabiamente meteram baixa em Agosto e fiquei todo o mês sozinha, com uma TV a preto e branco e sem net. Bons tempos.
Agora também podia dizer que tinha acabado com um namorado lá dos "abiões" e que quando fazia o check-in do vôo dele deixava entrar as bagagens de mão que eles queriam, e fazia questão de sentar à janela os que tinham grandes pernas e pediam "aisle seats", mas não, eu não fazia isso, só se fôsse por ignorância (aisle=asa?), não ía querer chatear o menino comissário de vôo de propósito....
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