Ponte em Moscavide "Maskavade" do árabe sementeira

Há quem vá para o estrangeiro, para o algarve (quase o mesmo), para as praias dos arredores. Eu, levo as crianças à escola e vou fazer peddy-paper para Moscavide. Elas divertiram-se bastante, eram umas seis por turma, fizeram jogos e viram filmes. Eu carregada com o ferro de engomar de caldeira, partido, uns seis quilos no mínimo, vou à casa onde me arranjam os televisores, cheia de esperança. Em Moscavide, ao pé do Mercado. É preciso dizer que Moscavide, entalada entre a Portela com seus prédios altaneiros e Expo, com vivendas geminadas com piscinas, é uma vila como deve ser, com ruas sem árvores, prédios infindos em ruas em quadriculado, todos cinzentos, baixos e colados. O sr, da loja traz-me cá fora e diz " a sra. está a ver aquele carro ali em cima? Onde ele está a virar? Vira ali, depois há dois semáforos (?) estaciona e anda para a esquerda e é uma loja ao lado da loja do vinho. Diga que vai da minha parte." Fiz como ele disse, deixei o carro ao lado do Correio, e fui andando, 40 graus à sombra, passei por sapateiros, cervejarias com caracoladas, mercearias com mulheres de batas, verdadeiras tabernas com homens de bonés de fazenda, cheiro de lulas à Sevilhana a seguir-me, o ferro cada vez mais pesado. Finalmente entrei numa loja que reparava máquinas de costura (parecido) e a sra. que vendia também bolsas em crochet para o telemóvel, informou-me que era na rua paralela. Lá fui, encontrei uma de reparações de electrodoméstidos, não vi loja de vinho nenhuma por isso não dei cumprimentos, e deixei lá a carga. Ficaram de telefonar a dizer em quanto ficava. Saio para o sol e apercebo-me de que não sei onde estou nem onde são os Correios. Pergunto a outro velhote que me dá dois caminhos alternativos para lá chegar, vou pela sombra e agradeço a minha previdência de ter estacionado num bom ponto de referência. Quanto a ir à praia, estou bem aqui em casa, e já comprei dois auto bronzeadores, para andar mais bronzeadinha.