Sábado

Mãe! eu volto a te ver na antiga sala onde uma noite te deixei sem fala dizendo adeus como quem vai morrer. E me viste sumir pela neblina, Porque a sina das mães é esta sina: amar, cuidar, criar, depois perder.... (não sei de quem é o poema)

Ontem fomos de manhã à casa de repouso , algures em Odivelas. A minha mãe estava na sala da TV, e levamo-la numa cadeira de rodas ao quarto. Os miudos adoraram empurrar a cadeira e enfiá-la no elevador, com a minha mãe a dizer que queria lanchar. Era meio dia, por isso não era possível. O quarto é bom, tem lá a outra senhora que ora está deitada ora na cadeira, com a tv do quarto ligada, mas sem olhar, nem falar. Se fosse eu tinha um bocado de medo. Era capaz de ficar toda a noite a vigiá-la, não fôsse ela levantar-se de noite e qual vampiro, ganhar vida.... Coitada.
A minha mãe não lhe liga nenhuma. Depois fomos passeá-la no jardim, ver as flores e gaiolas de pássaros e já se estava a rir e a mandá-los ter juízo, havia lá uma descida um bocado inclinada e a avó ainda é pesada, tive que ir lá puxá-los. Engraçado que eu fazia o mesmo quando íamos visitar o avô a um lar em Camarate. Empurrá-lo não, mas andarmos nós na cadeira. Depois deixámo-la na sala de jantar, e ela nem se despediu. Está um tanto baralhada. Cá para mim, drogam-nos...

Depois passámos o dia em casa, eles a fazer tpc e net, estava a chover.
Hoje vou tentar fazer o IRS. Uma amiga vai ajudar. Detesto papeis. Já perdi os recibos da farmácia, dos seguros, tudo o que desconta...

Comentários

Marias disse…
Podia escrever um livro como aquele médico ai como é que ele se chama...o que escreveu "Coma" ou coisa assim.

Mensagens populares deste blogue

Cougars ou Milfs

Lady Liuwa

Napoleão! Bla bla bla Whiskas saquetas