Desigualdades

Já estão todos a fazer campanha no Bairro da Bela Vista, ou sobre os conflitos lá. O Portas já está a dizer que os imigrantes têm que vir para cá trabalhar e não criar distúrbios (?). O do Bloco (agora não me recordo do nome) diz que "estão fechados em blocos de cimento desumanizados..."- Olha! Também eu! E ainda pago e tudo! E nem tenho varanda para assar sardinhas! Vou já ali num instante apedrejar a bófia, andam a multar as pessoas e tal...

Por falar nisso (em desigualdade) encontrei em casa da minha mãe um livrinho de textos infantis recolhidos por Maria Rosa Colaço quando deu aulas numa escola a 45 alunos, nos anos 60, em Cacilhas, Almada.

Nós somos tristes

Na noite de carnaval eu muito triste, e via as pessoas magoadas.
E a cor do céu também estava aborrecida.
E os homens das laranjas sem apregoar.
E eu não sabia o que tinha sido. Mas quando a minha mãe, voltou, disse-me: os polícias voltaram a bater nos vendedores.
E eu disse à minha mãe: que chatisse!
E a minha mãe deu-me um beijo.

jorge, 8 anos
"A Criança e a vida", Mª Rosa Colaço, Ed. ITAU

Comentários

Marias disse…
A polícia parece ser sempre o rosto da sociedade que os repele.

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