Cães e gatos
Cães e gatos são muito amigos. O meu gato sobe à banca e atira os bifes do jantar à cadela, e ela deixa-o comer os restos. Brincam juntos e se os dentes se fecham com mais força há logo umas unhas de fora e um ganido e fica tudo amigo outra vez.
Os meus são todos adoptados, da rua, amigas ou instituições, e o gato, branco, veio quando o meu gato de 15 anos morreu.
Tanto os cães como os gatos aprendem bastante depressa a ser educados, um no tabuleiro, outro no jornais da marquise. Claro que depois preferem a rua, é mais divertido. Mas aí lá tenho de ir eu, com a cadela a arrastar-me pela trela, na ânsia de chegar ao jardim e ver os amigos.
São tb igualmente fiéis à dona, seguem-me pela casa e se estou com dores ou a chorar, entram em estado de verdadeira aflição, deve ser o instinto de protecção das crias, o que é mesmo reconfortante.
As suas vidas são longas, uns 15 anos, tão longas que se tornam um sacrifício para muitos, que se cansam da mobília roída, arranhada, da limpeza e do sacrifício das férias, levar, deixar, pagar a alguém ? E alguns acabam abandonados no alentejo, qd vão para o algarve.
Acabam por morrer. E por muito velhos que estejam, é sempre um choque. E de repente qd os vêmos tão fracos e diferentes do que foram, o nosso amor por eles redobra e fazemos tudo por eles, recusando-nos a aceitar. Eu levei o meu gato na sua cama às urgências. Fizeram-lhe uma ecografia e tinha um tumor. Fora rápida a decaída, nos últimos meses e o vet disse q tb não poderia ter feito nada. Que ele estava a morrer. Se podia dar-lhe a injecção. Eu disse que sim e ele foi buscá-la. Deve ter demorado mais tempo de propósito, e eu com o ouvido encostado a ele, a ouvi-lo ronronar, arfar, parar. Qd ele chegou o meu gato morrera. E tive que ir levantar dinheiro ao multibanco para pagar a consulta e cremação e assinei os papeis e saí.
Vim a guiar sem ver nada, e só parei de chorar qd cheguei a casa. O gato estava na da minha mãe. Que com toda a ligeireza limpou todos os vestígios dele. mas eu não posso lá ir sem me dirigir à marquise onde quase sempre estava, e de onde eu sempre o tirava e ele já estava à minha espera, e ía arranhar a passadeira do corredor.
Agora tenho estes. São novos ambos, menos de dois anos entre os dois. Vão durar muito.
Tanto como eu. Espero.
Os meus são todos adoptados, da rua, amigas ou instituições, e o gato, branco, veio quando o meu gato de 15 anos morreu.
Tanto os cães como os gatos aprendem bastante depressa a ser educados, um no tabuleiro, outro no jornais da marquise. Claro que depois preferem a rua, é mais divertido. Mas aí lá tenho de ir eu, com a cadela a arrastar-me pela trela, na ânsia de chegar ao jardim e ver os amigos.
São tb igualmente fiéis à dona, seguem-me pela casa e se estou com dores ou a chorar, entram em estado de verdadeira aflição, deve ser o instinto de protecção das crias, o que é mesmo reconfortante.
As suas vidas são longas, uns 15 anos, tão longas que se tornam um sacrifício para muitos, que se cansam da mobília roída, arranhada, da limpeza e do sacrifício das férias, levar, deixar, pagar a alguém ? E alguns acabam abandonados no alentejo, qd vão para o algarve.
Acabam por morrer. E por muito velhos que estejam, é sempre um choque. E de repente qd os vêmos tão fracos e diferentes do que foram, o nosso amor por eles redobra e fazemos tudo por eles, recusando-nos a aceitar. Eu levei o meu gato na sua cama às urgências. Fizeram-lhe uma ecografia e tinha um tumor. Fora rápida a decaída, nos últimos meses e o vet disse q tb não poderia ter feito nada. Que ele estava a morrer. Se podia dar-lhe a injecção. Eu disse que sim e ele foi buscá-la. Deve ter demorado mais tempo de propósito, e eu com o ouvido encostado a ele, a ouvi-lo ronronar, arfar, parar. Qd ele chegou o meu gato morrera. E tive que ir levantar dinheiro ao multibanco para pagar a consulta e cremação e assinei os papeis e saí.
Vim a guiar sem ver nada, e só parei de chorar qd cheguei a casa. O gato estava na da minha mãe. Que com toda a ligeireza limpou todos os vestígios dele. mas eu não posso lá ir sem me dirigir à marquise onde quase sempre estava, e de onde eu sempre o tirava e ele já estava à minha espera, e ía arranhar a passadeira do corredor.
Agora tenho estes. São novos ambos, menos de dois anos entre os dois. Vão durar muito.
Tanto como eu. Espero.
Comentários