As prendas


Ou os presentes. Ambas as palavras me trazem outras conotações.
As "prendas do lar" e o livro "Escola de Noivas" onde se explicava como se passava a camisa do marido com método, primeiro punhos e gola, cabeção, parte dos botões, depois costas, frente e finalmente mangas. E caso fosse para dobrar, como se dobrava e passava por cima, para se ver os vincos. Nos filmes americanos os polícias e militares têm sempre vincos. Cá penduram-se.

E presentes. Os presentes na reunião.

O que me leva à reunião com a professora do meu filho. Ele é muito bom aluno, só ouço elogios. De todas. Uma joia de menino e tal (anda uma mãe a criar um filho para isto...). Individual, dia tal, às tantas horas, para ver os trabalhos e testes. Devo ou não levar uma lembrança à profe.?

Ela vai ficar de novo com eles para o ano, é assim no básico. Dou-lhe o quê? Tem mais de 50. As educadoras eram novas dava-lhes colares da Parfois e dizia que tinha sido o menino a escolher.
Agora a esta ... flores? Sinto-me idiota, não gosto de dar coisas mortas. Uma moldura com o seu aluno de ouro... eh eh... (ele, não a moldura). Um perfume? Muito pessoal. É difícil isto.

Devia seguir o raciocínio das pessoas que me dão prendas. "Ela já tem tudo. Que é que ela não tem? Ah, um lenço de seda para o pescoço, nunca a vi usar nenhum, boa!" Ou então , "De que é que ela gosta, de ler, vamos dar este romance de 900 páginas do Salman Rushdie!".

Os maridos também levam muito coisa que precisam, como "um roupão", eles que saltam da cama para o duche e para o café, ou o trabalho, dá-lhes um jeitão. Nunca se sabe quando ficarão doentes e deambularão pelos corredores do hospital, de roupão, arrastando o aparelho da intravenosa...

A professora não leva nada. Só o meu agradecimento de lhe ensinar, no meio de 6 meninas e 17 meninos, o programa todo do terceiro ano, e sobreviver à experiência.

Ps: a foto é do shark

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