Hospitais públicos

Eu não fui ao hospital com a minha mãe, ela foi com uma empregada da casa de repouso que costuma fazer isso.

Hoje fui lá e deram-me uma cópia do relatório da ida à Urgência:

Idade: 89 anos

Prioridade atribuída: Pouco urgente
Queixa: Edema maleolar esquerdo sem trauma aparente
Quadro de sintomas : Problemas nos membros

Efetuou: RX

Condições da alta: Fratura do 2º, 3º,4º,5º metatarsos do pé esquerdo; não fazer carga durante 4 semanas e usar sapato baruk. Fracturas fechadas.

Médico Luís Barbosa



OK, fixe, umas horas à espera porque na triagem lhe deram " Pouco urgente ".

Ainda bem que não fui. Mas se tivesse ido mandava-a gemer, para não darem o pouco urgente....

Continuo sem perceber como ela não se queixa, hoje estava lá com o pé ainda negro, a amarelar, as fracturas são fechadas, só tem de calçar o sapato baruk, que é uma sandália que envolve e protege o peito do pé.

Lá na casa de saúde já tinham ligado para uma casa em Odivelas que vende essas coisas e a fisioterapeuta viu na net os produtos e escolheu uma. Só me restava ir lá buscá-la.

Seguiu-se um diálogo do género " Conhece Odivelas ? - Então não. Então vai e vê uma rotunda segue em frente, e outra saina segunda saida e depois outra e à direita e é a esquadra da Psp e vê outra rotunda e é à esquerda. Percebeu ? - Então não.

Palavras operativas: Odivelas- esquadra da PSP- Ortodivel

Trânsito intenso, género hora de ponta, acabaram as férias e ali trabalha-se. Carros que param sem avisar, pessoas que passam fora das passadeiras , e eis que vou dar direitinha à Ortodivel.

Limitei-me a vira para Odivelas, procurar placa a dizer esquadra, andei mais um pouco e vejo a loja.
Comprei o sapato, tamanho médio e voltei para a casa de repouso.

Então, confesso que me perdi um pouco. Não era só regressar pelo mesmo caminho ? Em teoria sim, mas quem conduz sabe que há ruas que são de sentido único e de repente encontramo-nos sem referência alguma a qualquer tipo de saída para Ramada, Lisboa, seja o que for. Fui dar ao abençoado Centro Multiusos, que reconheci pois já me perdera ali uma vez com os meus filhos e lembro-me da minha filha dizer que estava ali uma placa a dizer Hospital Beatriz Ângelo e eu fui por lá e a meio caminho é a Ramada e consegui chegar a salvo.

A minha mãe já almoçara e encontrei o dono daquilo, o enfermeiro Tiago, que me disse que ela dera um pontapé nas grades da cama. Grande pontapé, disse eu. Mas deixei por ali. Fomos à Fisioterapeuta que disse que era aquilo mesmo e fui com ela calçar a minha mãe, a ver se servia, era o Médio. Estava bom, mas ela não se queria levantar, deixámo-la com o cobertor em cima, dobrado.
De notar que estavam 40º de temperatura.

Lembrei-me que há dois anos , por esta altura, estava também assim calor, e eu e a Olívia, vestimos uns cascos dela e começámos, " ai que frio, que frio ! " e entrou o enfermeiro giro ( foi-se embora, acho ) e eu na palhaçada com um xaile na cabeça, e ele " estão muito divertidas ! ". A Olívia não foi despedida, ainda lá anda, é de Viseu e trata bem a minha mãe. Não digo que as outras não tratam, excepto uma e eu sei qual é.

Hoje também falei com aquela auxiliar que tem o nome da mãe escrito nas mamas. Agora tem um grande leão no pulso, a rugir. Foi ela que deu banho à minha mãe e reparou no " edema ", feito durante a noite. Não sei quem estava na equipa da noite, mas 90 % dos acidentes ocorrem de noite, partiu o pulso, levou com uma escova na cabeça...

Às tantas aquilo de noite é uma festa, andam a jogar futebol com as bolas de fisioterapia nos corredores e tal, e as auxiliares a dormirem. E a minha mãe é uma grande ponta de lança...








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