Em Trás os Montes
Depois de 4h e 40 minutos, fora as paragens nas estações de serviço, chegámos a Vilarandelo.
A passagem na autoestrada, com vista soberba, solidão, sol, sem vento, os ouvidos a estalar com a altitude, foi a minha parte favorita. Eram túneis e túneis, onde antes eram estradas às curvas....
Na chegada à vila paramos no largo do cruzeiro onde estavam os senhores de sempre, velhitos de preto, com chapéus e cajados, ao sol ( sim estava sol ! ) a quem perguntámos onde encontravamos o porco. Riram-se e disseram para seguirmos em frente, café da D. Estela, café Stella. Essa parte da vila já não era moderna, era bem antiga, de casas de pedra, e calçada. Estacionei e lá fomos, era visível, embora pequeno. Entramos e reconhecemos a D.Estela das fotos, o sr. de chapéu que era o sr. Eduardo, e estavam lá mais dois homens a beberem cerveja.
É uma gente diferente, a transmontana, não dobram a espinha, são orgulhosos e parecem duros no trato. Dissémos que vinhamos de Lisboa, para ver o porco Toninho . Se fossem do Douro, saiam de trás do balcão, beijocavam-nos, ofereciam-nos uma bebida. A Maria disse que " foi esta senhora que criou a página sobre o porco, no Facebook ! ". E a D. Estela " Ah foi ! Nós temos visto, tem muita gente ! Mas sabe que isto é tudo uma brincadeira, o porco anda aí, mas depois é para matar ! "
" Mas não tem vindo muita gente para ver o Toninho, nós vimos na televisão . " (eu )
" Isso tem sido um ror de gente , desde que a minha filha falou com a amiga do Jornal de Notícias. Vieram cá tirar fotos. Depois veio a Sic, depois a RTP...." (D. Estela ) " e um francês, tirar fotos (France Press). "
" Mas isso é bom, não é ? Há mais gente a passar por cá, depois de ver as notícias. " (eu )
" Sim, vêm cá ao café e trazem comida ao porco. Mas ele vai nas rifas. Não fica cá . "
" Quem se lembrou das rifas fui eu, comprei oporco por cem euros a um cigano ! " (diz um dos homens da minis "
" O porco é para morrer, é o destino deles. E já está muito gordo. " (diz o outro).
" Bem se querem ver o Toninho, ele já está na casa dele, estava cansado de andar por aí, aqui a Eva leva-as ".
Fomos com uma mulher rua abaixo, empedrada e abriu o portão de uma quinta onde estava o enorme Toninho, a comer castanhas cozidas, já estava a anoitecer, eram cinco horas. Mas não estava frio, cheirava a lenha queimada. Fiquem à vontade ! Fechou o portão.....
Okkkkk. Cem quilos de porco, será que iria arremeter contra mim ? Sou uma citadina e o meu contacto com animais de quinta é escasso. A Maria deixou-se ficar para trás, prudentemente.
Lá vou eu " Toninho, és muito lindo " , " Tira-me fotos com o telemóvel, disse eu à Maria ".
Este estava pouco interessado em mim e atrevi-me a passar-lhe a mão pelo pêlo preto e áspero. Era duro e manso e olhou para mim e seguiu-me a cheirar a minha carteira. Eu esquecera-me das maçãs no carro. O campo é grande e ele tem muito por onde enfiar o nariz. A casa dele tem palha limpa e telhado, sem porta. Nota-se que está feliz. Depois fiquei com o telemóvel e disse á Maria para se por ao lado dele, ela estava muito hesitante, tem 43kg e o porco cem.... mas lá ficou numa ou duas fotos, não quis mais. O sr. Eduardo, o do vídeo, chamou-o da janela e ele olhou. Pelos vistos o campo é dele.
Voltámos para trás e entrei num Bar de Tapas, estava cheia de fome. A dona era galega. Enquanto a Maria telefonava aos colegas dos grupos de proteção animal a pedir conselhos, eu aproveitei para engolir tapas de chouriço e salame e salpicão....ela é vegetariana, eu não. E bebi um sumo. E paguei 1,90 euros ! Impressionante !
Os colegas dos grupos disseram para perguntarmos pelo Presidente da Junta, por isso fomos à D. Estela de novo. Ela disse que ele devia estar em Bragança às compras, havia pouca gente ao fim de semana, iam às compras de Natal. Muito bem, está a escurecer, temos de ir ver de um hotel. Amanhã voltamos.
Já estava escuro e decidimos ir logo para Mirandela, a Maria ligara para um Hotel Globo a reservar um quarto de duas camas, 35 euros e pequeno almoço. Mas não sabia a morada. Eram uns 60 km e eu toda partida de conduzir tanto tempo, mas era fácil, sem transito e sempre a descer... e vimos logo um prédio alto com o letreiro em azul ! Era ali, ao pé do Hospital ! Fizémos check in, tinha camas confortáveis, tv de écran plano, wc, por 35 euros ! Acho que a qualidade de vida lá para cima é melhor....Jantámos (não tinham alheiras....) e deitei-me logo, a ver a telenovela. Adormeci, nem a vi.
Ah, antes disso a minha irmã ligara a saber de mim e eu liguei aos meus filhos. A Maria andara todo o dia a atender telefonemas e a ligar à mãe (com quem vive ). E foi assim, o sábado.
A passagem na autoestrada, com vista soberba, solidão, sol, sem vento, os ouvidos a estalar com a altitude, foi a minha parte favorita. Eram túneis e túneis, onde antes eram estradas às curvas....
Na chegada à vila paramos no largo do cruzeiro onde estavam os senhores de sempre, velhitos de preto, com chapéus e cajados, ao sol ( sim estava sol ! ) a quem perguntámos onde encontravamos o porco. Riram-se e disseram para seguirmos em frente, café da D. Estela, café Stella. Essa parte da vila já não era moderna, era bem antiga, de casas de pedra, e calçada. Estacionei e lá fomos, era visível, embora pequeno. Entramos e reconhecemos a D.Estela das fotos, o sr. de chapéu que era o sr. Eduardo, e estavam lá mais dois homens a beberem cerveja.
É uma gente diferente, a transmontana, não dobram a espinha, são orgulhosos e parecem duros no trato. Dissémos que vinhamos de Lisboa, para ver o porco Toninho . Se fossem do Douro, saiam de trás do balcão, beijocavam-nos, ofereciam-nos uma bebida. A Maria disse que " foi esta senhora que criou a página sobre o porco, no Facebook ! ". E a D. Estela " Ah foi ! Nós temos visto, tem muita gente ! Mas sabe que isto é tudo uma brincadeira, o porco anda aí, mas depois é para matar ! "
" Mas não tem vindo muita gente para ver o Toninho, nós vimos na televisão . " (eu )
" Isso tem sido um ror de gente , desde que a minha filha falou com a amiga do Jornal de Notícias. Vieram cá tirar fotos. Depois veio a Sic, depois a RTP...." (D. Estela ) " e um francês, tirar fotos (France Press). "
" Mas isso é bom, não é ? Há mais gente a passar por cá, depois de ver as notícias. " (eu )
" Sim, vêm cá ao café e trazem comida ao porco. Mas ele vai nas rifas. Não fica cá . "
" Quem se lembrou das rifas fui eu, comprei oporco por cem euros a um cigano ! " (diz um dos homens da minis "
" O porco é para morrer, é o destino deles. E já está muito gordo. " (diz o outro).
" Bem se querem ver o Toninho, ele já está na casa dele, estava cansado de andar por aí, aqui a Eva leva-as ".
Fomos com uma mulher rua abaixo, empedrada e abriu o portão de uma quinta onde estava o enorme Toninho, a comer castanhas cozidas, já estava a anoitecer, eram cinco horas. Mas não estava frio, cheirava a lenha queimada. Fiquem à vontade ! Fechou o portão.....
Okkkkk. Cem quilos de porco, será que iria arremeter contra mim ? Sou uma citadina e o meu contacto com animais de quinta é escasso. A Maria deixou-se ficar para trás, prudentemente.
Lá vou eu " Toninho, és muito lindo " , " Tira-me fotos com o telemóvel, disse eu à Maria ".
Este estava pouco interessado em mim e atrevi-me a passar-lhe a mão pelo pêlo preto e áspero. Era duro e manso e olhou para mim e seguiu-me a cheirar a minha carteira. Eu esquecera-me das maçãs no carro. O campo é grande e ele tem muito por onde enfiar o nariz. A casa dele tem palha limpa e telhado, sem porta. Nota-se que está feliz. Depois fiquei com o telemóvel e disse á Maria para se por ao lado dele, ela estava muito hesitante, tem 43kg e o porco cem.... mas lá ficou numa ou duas fotos, não quis mais. O sr. Eduardo, o do vídeo, chamou-o da janela e ele olhou. Pelos vistos o campo é dele.
Voltámos para trás e entrei num Bar de Tapas, estava cheia de fome. A dona era galega. Enquanto a Maria telefonava aos colegas dos grupos de proteção animal a pedir conselhos, eu aproveitei para engolir tapas de chouriço e salame e salpicão....ela é vegetariana, eu não. E bebi um sumo. E paguei 1,90 euros ! Impressionante !
Os colegas dos grupos disseram para perguntarmos pelo Presidente da Junta, por isso fomos à D. Estela de novo. Ela disse que ele devia estar em Bragança às compras, havia pouca gente ao fim de semana, iam às compras de Natal. Muito bem, está a escurecer, temos de ir ver de um hotel. Amanhã voltamos.
Já estava escuro e decidimos ir logo para Mirandela, a Maria ligara para um Hotel Globo a reservar um quarto de duas camas, 35 euros e pequeno almoço. Mas não sabia a morada. Eram uns 60 km e eu toda partida de conduzir tanto tempo, mas era fácil, sem transito e sempre a descer... e vimos logo um prédio alto com o letreiro em azul ! Era ali, ao pé do Hospital ! Fizémos check in, tinha camas confortáveis, tv de écran plano, wc, por 35 euros ! Acho que a qualidade de vida lá para cima é melhor....Jantámos (não tinham alheiras....) e deitei-me logo, a ver a telenovela. Adormeci, nem a vi.
Ah, antes disso a minha irmã ligara a saber de mim e eu liguei aos meus filhos. A Maria andara todo o dia a atender telefonemas e a ligar à mãe (com quem vive ). E foi assim, o sábado.
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