Conto de Terror
O tão temido dia da ida ao dentista era sexta, mas foi antecipado para hoje, o dr. teve uma desistência.
Às 17 h já estava , ligeiramente ansiosa, mas não tomei nada, não fosse interferir com a anestesia dele.
Eu ia com um vestido com tons de laranja, a condizer com o polo dele, hoje sem bata, parece que o polo laranja é o uniforme deles. A assistente, muito maquilhada e russa (ali todos têm sotaque), perguntou-me se eu lanchara e eu disse que não, depois ele veio, com a sua franja negra, e eu " chegou o meu torturador ".
E ele sem rir, " cheio de calor ". Não sei porquê, estavam uns 35 graus lá fora. Ela disse " a sra. não lanchou " e ele " ah não ? então porquê ? ", " não tinha fome " disse eu. Depois destas amenidades mandaram-me deitar , puseram-me um papel e bochechei um produto, e ele disse que iamos tirar o dente e depois extrair o tumor. E eu " não era um abcesso ? ", " sim, isto é só a linguagem técnica ". A partir daí a conversa foram grunhidos da minha parte, e ele disse que ia dar a anestesia, esperamos que fizesse efeito e ele disse que não ia sentir nada, só uns abanões. Quando vi o alicate para tirar o molar decidi fechar os olhos e a assistente perguntou se eu queria uma bola anti-stress. Hum, hum !. Para amassar.
Ele deu uns puxões mas não conseguiu nada, eu só pensava como é que há países no mundo onde ainda arrancam dentes a sangue frio, sem antibióticos e com aquelas enormes raizes. Decidiu por isso usar uma espécie de serra para o cortar aos bocados, depreendi eu pelo cheiro a queimado. Aí, a luz foi abaixo.
Eram os ar condicionados todos a funcionar. Pensei que ficavamos por ali mas voltou. Aproveitei para bochechar, tinha a boca cheia de pó. Ainda foi abaixo mais duas vezes, a luz, mas sempre me extraiu o dente e o tal abcesso para um frasquito para analisar. Coseu-me com uma linha que parecia de alumínio e deram-me um pacote de gelo. E uma receita com uma carrada de remédios, antibióticos e tal.
Nessa altura eu estava para o calado, e ele cansado, disse que eu sangrara muito pouco por isso devia ir levar mais tempo a cicatrizar. Para voltar para a semana para tirar os pontos e comer gelado e coisas frias durante uns dias. Sim, mestre.
Aquilo do sangrar devia ser só lá, estou farta de mudar compressas.
E agora vou buscar o saco do gelo e encostar à cara. Estou um bocado anémica.
Às 17 h já estava , ligeiramente ansiosa, mas não tomei nada, não fosse interferir com a anestesia dele.
Eu ia com um vestido com tons de laranja, a condizer com o polo dele, hoje sem bata, parece que o polo laranja é o uniforme deles. A assistente, muito maquilhada e russa (ali todos têm sotaque), perguntou-me se eu lanchara e eu disse que não, depois ele veio, com a sua franja negra, e eu " chegou o meu torturador ".
E ele sem rir, " cheio de calor ". Não sei porquê, estavam uns 35 graus lá fora. Ela disse " a sra. não lanchou " e ele " ah não ? então porquê ? ", " não tinha fome " disse eu. Depois destas amenidades mandaram-me deitar , puseram-me um papel e bochechei um produto, e ele disse que iamos tirar o dente e depois extrair o tumor. E eu " não era um abcesso ? ", " sim, isto é só a linguagem técnica ". A partir daí a conversa foram grunhidos da minha parte, e ele disse que ia dar a anestesia, esperamos que fizesse efeito e ele disse que não ia sentir nada, só uns abanões. Quando vi o alicate para tirar o molar decidi fechar os olhos e a assistente perguntou se eu queria uma bola anti-stress. Hum, hum !. Para amassar.
Ele deu uns puxões mas não conseguiu nada, eu só pensava como é que há países no mundo onde ainda arrancam dentes a sangue frio, sem antibióticos e com aquelas enormes raizes. Decidiu por isso usar uma espécie de serra para o cortar aos bocados, depreendi eu pelo cheiro a queimado. Aí, a luz foi abaixo.
Eram os ar condicionados todos a funcionar. Pensei que ficavamos por ali mas voltou. Aproveitei para bochechar, tinha a boca cheia de pó. Ainda foi abaixo mais duas vezes, a luz, mas sempre me extraiu o dente e o tal abcesso para um frasquito para analisar. Coseu-me com uma linha que parecia de alumínio e deram-me um pacote de gelo. E uma receita com uma carrada de remédios, antibióticos e tal.
Nessa altura eu estava para o calado, e ele cansado, disse que eu sangrara muito pouco por isso devia ir levar mais tempo a cicatrizar. Para voltar para a semana para tirar os pontos e comer gelado e coisas frias durante uns dias. Sim, mestre.
Aquilo do sangrar devia ser só lá, estou farta de mudar compressas.
E agora vou buscar o saco do gelo e encostar à cara. Estou um bocado anémica.
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