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Sim, est´frio. Uns 8º de máxima, agora.
No outro dia lá fui de manhã à psiquiatra, um frio horrível. Inscrevi-me na consulta, paguei sete euros (é no hospital, aumentou) e depois fui tomar café lá. Havia doentes internos e médicos, mas como não estão de bata, é difícil dizer quem é quem. Penso que os que falam sozinhos são os médicos. Ou falam ao telemóvel ou estão com ar alegre, "o café, é normal, quer dizer pró cheio e quente, não muito quente, que se possa beber" etc, etc. Enfim. Já na sala de espera, há sempre alguém que quer conversar, ms geralmente são as acompanhantes dos doentes, esses estão calados, cheios de frio e sono, e anti depressivos. Havia lá uma mulher que era terrível e estava impaciente, a irmã dizia " doi-me o joelho" e ela " tu aqui não é para te queixares do joelho, aqui é o médico da cuca ! ". Ainda bem que me lembrou, também me estava a apetecer queixar da garganta. Depois olhava em volta a ver com quem falar e eu escondi-me trás de uma Hola que lá estava. Então ela perguntou a uma senhora bem apessoada que lá estava, porque estava ali.
E ela " morreu-me um filho há três anos..." e outra "ah foi..pena...e era filho único ? Ah não, então tem mais, era pior se fosse só um..." e a senhora " ele morreu de morte súbita, ali à minha frente..." e ela " ah foi? pois...se calhar se tinham chamado logo o 112...." ..."mas chamámos, estiveram uma hora a tentar..." e a outra "eu sei o que isso é, a minha mãe morreu nos meus braços, há 20 anos, a deitar baldes de sangue pela boca!". E eu estava tipo a matar-me, quase com vontade de dizer " agora eu! agora eu!, faça a mim! ". Porque ela tinha muito jeito para psiquiatra.
Quando entrei, lá para o meio dia, a doutora tinha uma estagiária com ela, e estava toda formal tipo "como foram as festas?" e eu "bem obrigada e as suas?". Eh eh. Mas lá lhe disse que andava mais calma (não tenho tido com uem gritar, excepto ao telefone, com o ex, mas isso é outra história)e que estva a pensar fazer uma formação em algo que me permitisse arrnjar emprego.
ela disse que era importante manter-me ocupada e depois passou-me remédios para seis meses e marcou nova consulta para julho. Acho que lá estive dez ou 15 minutos. Ela devia estar farta de lamúrias, que raios de profissão.
Agora além de ver anúncios de emprego também tenho visto de cursos, mas acho tudo muito caro. Antes faziam-se essas formações em Excel e word pelo centro de emprego. Há umas formações que garantem estágios, em auxiliar de gerontologia, de veterinário, de limpeza... aposto que de gerontologia até dava emprego, mas eu cá ía para um lar, preferia estar com muita gente, com aquele ar " que sorte a minha de não ser um deles ". Só me chateava ter de lhes dar banho, mas acho que no resto pensava neles como crianças, que é o que me parece que eles (pessoal do lar) fazem. O que chateia soberanamente alguns, como a minha mãe, que diz logo "olhe lá, não se diz " você", é " a senhora!..." e elas " é tão querida, não é? nós achamos-lhe muita graça...". Imagino.
Há bocado estava a ler o livro de espanhol do meu filho de 12 anos, e comecei a ver porque é que eles gostavam tanto de espanhol. O manual é do género, Unidade 1- Estudias o trabajas? 2- Tienes hijos? 3- Donde estan mis gaffas?
E os diálogos para praticar são " olá, sou o...divorciado e tu? Eu sou a ...tenho dois filhos."... " Eu sou empregada de escritório e tu? " eu trabalho num banco!". E o TPC do meu filho era " O que vais fazer no fim de semana? Para a semana? Daqui a dez anos? ". Pelos vistos estão a dar o futuro. Eu perguntei o que ía por e ele veio-me com a conversa "não sei. O mundo vai acabar por isso, daqui a dez anos vou estar a ver os destroços...". Ok, põe isso, parece-me bem.

Comentários

nuno medon disse…
olá, e como é que te estás a sentir agora ? desejo-te as melhoras e espero que encontres trabalho, rapidamente. Um abraço e muita força para ti. beijos e agasalha-te porque está frio.

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