20 anos de queda do muro de Berlim
Eu andava no Goethe Institute em Lisboa (Instituto alemão) e por coincidência havia uma exposição de fotos dos grafittis do muro, do lado ocidental. Havia uma festa, um beberete, nós que eramos alunos da noite participámos e vimos imagens da TV. Os professores estavam todos um tanto incrédulos, mas felizes. Em 89. Eu tinha 26 anos.
Parecia um tanto uma nova versão do 25 de abril. Todos aos abraços, a comemorarem com espumante em vez de cravos.
Lembro-me do meu professor contar que quando ía visitar os parentes, deixava lá as malas com as roupas, pois não havia jeans, canetas esferográficas, outras coisas dadas como adquiridas.
Mas cá era igual. Antes do 25 de Abril. Os meus pais ou tios íam a Londres e Paris e traziam roupas , material escolar, para os sobrinhos, que faziam um sucesso. Estojo vermelho com o Astérix. Gabardina e chapéu de chuva de plástico. Hot pants (shorts, para usar com collants).
Mas não creio que nos fizessem falta. Havia a bata branca para a escola, íamos de igual. Compravamos o material escolar na escola e todos os cadernos eram iguais. O equipamento de ginástica também era comprado na escola, igual. Havia os sapatos e as fitas de cabelo que nos distinguiam um pouco mais, mas era difícil dizer quais eram "pobres" e "ricos". Tanto que eu andei num colégio até ao quarto ano e quando fui para a escola pública (a estrear) no 5º ano, não foi muito diferente. As batas, a disciplina, só havia mais professores. No 6º foi o 1974, e no sétimo começou a "reforma da educação" e a partir daí foram fotocópias e nada de batas, mas também falta de professores, nas escolas novas, ainda a serem construídas e nós a passarmos em tábuas.
Parecia um tanto uma nova versão do 25 de abril. Todos aos abraços, a comemorarem com espumante em vez de cravos.
Lembro-me do meu professor contar que quando ía visitar os parentes, deixava lá as malas com as roupas, pois não havia jeans, canetas esferográficas, outras coisas dadas como adquiridas.
Mas cá era igual. Antes do 25 de Abril. Os meus pais ou tios íam a Londres e Paris e traziam roupas , material escolar, para os sobrinhos, que faziam um sucesso. Estojo vermelho com o Astérix. Gabardina e chapéu de chuva de plástico. Hot pants (shorts, para usar com collants).
Mas não creio que nos fizessem falta. Havia a bata branca para a escola, íamos de igual. Compravamos o material escolar na escola e todos os cadernos eram iguais. O equipamento de ginástica também era comprado na escola, igual. Havia os sapatos e as fitas de cabelo que nos distinguiam um pouco mais, mas era difícil dizer quais eram "pobres" e "ricos". Tanto que eu andei num colégio até ao quarto ano e quando fui para a escola pública (a estrear) no 5º ano, não foi muito diferente. As batas, a disciplina, só havia mais professores. No 6º foi o 1974, e no sétimo começou a "reforma da educação" e a partir daí foram fotocópias e nada de batas, mas também falta de professores, nas escolas novas, ainda a serem construídas e nós a passarmos em tábuas.
Era nessa altura que eu já vinha para casa de autocarro, mas para poupar tempo vinhamos a correr, pois queríamos ver " Os Malucos do Circo", "Monty Python" que davam praí às sete. A preto e branco. E não me digam que era humor para intelectuais, com 12 anos ríamos muitíssimo.
Comentários